Pré-mercado

Café com BPM: bolsas globais operam mistas em ‘mini Super Quarta’

O pregão do dia terá foco nos juros, com o discurso de Jerome Powell e Campos Neto na agenda

Bolsas
Bolsas operam mistas no pré-mercado (Foto: pexels)

As bolsas globais são movimentadas pela ansiedade dos investidores sobre a decisão do Fed (Federal Reserve) a respeito da redução dos juros nos EUA. O contexto torna o pregão desta quarta-feira (3) uma espécie de “mini Super Quarta”, especialmente com o discurso de Jerome Powell e Campos Neto na agenda. 

O relatório ADP de emprego do setor privado em março nos EUA e o discurso de Powell em um evento são eventos importantes neste contexto, especialmente após suas declarações recentes sobre as condições para cortes de juros.

Em Nova York, já se antecipa um cenário negativo, com a possibilidade de um ciclo de relaxamento começar mais tarde e ser mais breve

Enquanto lá fora a preocupação gira em torno dos juros em alta, aqui no Brasil há questionamentos sobre até onde o ciclo de cortes do Copom pode chegar. 

A intervenção do Banco Central no mercado de câmbio, aliada à valorização do petróleo, está influenciando o aumento dos juros locais. 

O dólar permanece em torno de R$ 5,05, com o Banco Central possivelmente intervindo novamente nos próximos dias para atender demandas técnicas. 

Enquanto isso, questões fiscais domésticas continuam gerando incertezas, como a polêmica em torno da desoneração da folha de pagamento dos municípios, que pode impactar a relação entre o governo e aliados no Congresso e afetar a agenda de reformas.

EUA

Na bolsa dos EUA, os índices futuros em Nova York operam em baixa nesta quarta-feira (3), continuando a tendência negativa do início do trimestre, enquanto os investidores aguardam novos dados de emprego, incluindo a pesquisa ADP, da maior economia do mundo, que será divulgada antes do relatório de emprego de março, previsto para sexta-feira (5).

Na véspera, as bolsas norte-americanas registraram perdas de até 1%, marcando o pior pregão em várias semanas, devido aos receios de que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, adote uma postura cautelosa e adie o início da redução dos juros, possivelmente para o segundo semestre.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: -0,03%

S&P 500 Futuro: -0,14%

Nasdaq Futuro: -0,24%

Bolsas asiáticas

As bolsas asiáticas encerraram em território negativo nesta quarta-feira (3), refletindo o desempenho de Wall Street, que registrou ontem sua pior queda diária em semanas devido a preocupações sobre os rumos da política de juros nos EUA.

O foco nas incertezas levou a uma relativa falta de interesse por ativos de risco, relegando a segundo plano a pesquisa da S&P Global/Caixin que indicava o avanço do PMI de serviços chinês para 52,7 em março, em linha com as expectativas.

Os mercados chineses permanecerão fechados na quinta e sexta-feira devido a um feriado.

Shanghai SE (China), -0,18%

Nikkei (Japão): -0,97%

Hang Seng Index (Hong Kong): -1,22%

Kospi (Coreia do Sul): -1,68%

ASX 200 (Austrália): -1,34%

Bolsas europeias

Por outro lado, as bolsas europeias oeram predominantemente em alta, com os investidores reagindo aos dados de inflação da região.

Os números preliminares divulgados nesta quarta-feira (3) mostraram que a inflação nos 20 países da zona do euro caiu para 2,4% em março, abaixo das expectativas dos economistas consultados pela Reuters, que previam uma estabilidade em relação ao mês anterior, em 2,6%.

FTSE 100 (Reino Unido): -0,39%

DAX (Alemanha): +0,34%

CAC 40 (França): +0,33%

FTSE MIB (Itália): +0,15%

STOXX 600: +0,09%

Ibovaspa: relembre última sessão

Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a última sessão, na terça-feira (2), com alta de 0,44%, aos 127.548,52 pontos. O dólar comercial caiu 0,02%, a R$ 5,05.

A inquietação com o início do ciclo de redução dos juros nos EUA segue pressionando o Ibovespa, que nesta sessão operou com oscilações. Segundo a avaliação de Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, a alta das blue chips ligadas às commodities ajudou para blindar o índice.

Radar corporativo

O radar segue atento na estatal petrolífica, devido as recentes falas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República, que teceu críticas sobre as tentativas de “desmonte” do sistema produtivo da Petrobras (PETR4) e as privatizações que ocorreram no governo de Jair Bolsonaro (PL)

Além disso, no mercado de M&A, os agentes acompanham uma possível fusão entre Enauta (ENAT3) e Petroleum (RRRP3). A união vai gerar uma empresa de petróleo que atuará como consolidadora do mercado de óleo e gás, com um portfólio variado e uma percepção diferenciada de riscos. A afirmativa foi realizada pelo presidente da Enauta, Décio Oddone, nesta terça-feira (2).

Agenda do dia

No Brasil, os destaques na agenda desta quarta-feira (3) são a divulgação dos dados da produção industrial de fevereiro, o PMI de serviços e uma palestra de Campos Neto no Bradesco BBI Brazil Investment Forum, em São Paulo.

Lá fora, nos EUA, os investidores aguardam os números do emprego privado de março, o PMI e o ISM de serviços, além do discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, que promete movimentar os mercados globais.