O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta terça-feira (16) com queda de 0,75%, aos 124.388,62 pontos. O dólar comercial subiu fortemente 1,64%, a R$ 5,27.
O medo tomou conta do Ibovespa. As principais condições que movem as negociações na Bolsa brasileira se mostraram arriscadas para os investidores, visto que, as expectativas de um corte de juros nos EUA estão diminuindo, enquanto a meta fiscal do Brasil se revela mais incerta.
Devido à aversão ao risco, os agentes do mercado reduziram suas expectativas e investimentos. Segundo Pedro Marinho Coutinho, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital, as estimativas com o Fed (Federal Reserve) tem mudado, por conta do último número de inflação americana, que veio muito forte.
“A economia lá continua muito forte também e, principalmente, temos a questão geopolítica agora, esse conflito Irã-Israel […] O mercado está de olho e com receio de que o FED venha com um discurso mais hawkish em relação a essa questão dos cortes”, afirmou Coutinho.
Voltando aos problemas domésticos, a mudança da meta fiscal para 2025, pelo governo Lula, que agora espera resultado primário de 0,0% do PIB, não alcançou bem os investidores.
“Por conta de toda essa questão fiscal, temos os ativos cíclicos performando mal no Ibovespa, em sua grande maioria, como Assai (ASAI3), Alpargatas (ALPA4) e Hapvida (HAPV3) também performando mal”, destacou ele.
Outro fator que balançou o mercado financeiro na sessão Ibovespa desta segunda-feira, foi a forte alta do dólar, estabelecida desde o pregão passado. A volta da moeda ao patamar dos R$ 5,20 preocupa também pela espera de redução da Selic (taxa básica de juros) a 1 dígito, ainda em 2024.
“Todos os presidentes dos bancos centrais estão de olho no que pode acontecer, qualquer mudança um pouco mais forte de caminho pelo FED ou qualquer estouro de guerra. Isso pode mudar as projeções e é o que temos visto aqui, com algumas casas revisando projeção de Selic final”, concluiu Coutinho.
Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) seguem em direções opostas
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) avançaram 0,49% e 0,46%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 0,60%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas o movimento negativo foi puxado pela Vale (VALE3) que caiu 0,89%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 2,90%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 1,66%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram mistos com baixa de 0,75% e 1,13%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) também seguiram com desvalorização 0,71% e 0,85%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 0,65%. Diferente da Magalu, as ações das Lojas Americanas (AMER3) avançaram 4,00%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 0,61%.
A WEG (WEGE3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 3,00%. Logo atrás, EzTec (EZTC3) e MRV (MRVE3) registraram altas de 2,97% e 2,34%, respectivamente.
Já na ponta negativa, Assaí (ASAI3) liderou as perdas, caindo 5,32%. Em seguida, vieram Alpargatas (ALPA4) e Carrefour (CRFB3), com perdas de 5,05% e 4,40%.
Índices do exterior fecharam com maioria em queda
Os principais índices europeus tiveram desempenhos mistos nesta terça-feira (16). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 1,37%, enquanto o CAC 40, de Paris, baixou 1,40%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 1,57%. Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,21% e 0,12%, respectivamente. Já o Dow Jones avançou 0,17%.