Em comunicado direcionado ao mercado na última terça-feira (16), a Unigel informou que chegou a um acordo com credores detentores de notas seniors dos dois planos de recuperação extrajudicial apresentados em 20 de fevereiro.
Segundo a empresa, a negociação é um passo importante para a obtenção de apoio dos credores necessários para a homologação dos planos de recuperação judicial.
“Este novo marco no processo de recuperação extrajudicial reforça o compromisso da Unigel e dos credores signatários originais em melhorar a estrutura de capital da Unigel para o benefício de todas as partes interessadas”, diz o texto do comunicado.
Petrobras (PETR4): TCU pede suspensão de contrato com Unigel
A área técnica do TCU (Tribunal de Contas da União) solicitou a interrupção de um contrato celebrado entre a Petrobras (PETR4) e o Grupo Unigel (Proquigel Química) devido a suspeitas de irregularidades graves. Esse contrato foi considerado economicamente desfavorável, com estimativas de perdas de R$ 487,1 milhões em oito meses.
O parecer foi emitido pela unidade de auditoria especializada em petróleo, gás natural e mineração do tribunal e ainda aguarda aprovação do relator do caso, o ministro Benjamin Zymler. Essa suspensão vigorará até que o tribunal decida sobre as questões levantadas.
O contrato em análise foi firmado em 29 de dezembro do ano passado, no valor de R$ 759,2 milhões, com uma vigência de 240 dias, seguindo o modelo “tolling”, que envolve a industrialização por encomenda.
Essa operação implicaria a Petrobras (PETR4) em fornecer gás e receber fertilizante, assumindo os custos de uma operação deficitária. O acordo diz respeito às fábricas localizadas em Sergipe e na Bahia, anteriormente propriedade da petrolífera e arrendadas ao Grupo Unigel em 2019.
Essas fábricas, operantes desde 2013 e capazes de atender a 14% da demanda nacional de ureia, registraram resultados financeiros majoritariamente deficitários entre 2013 e 2017. No entanto, após a decisão de descontinuar suas atividades no setor de produção de fertilizantes em 2018, a diretoria executiva da Petrobras (PETR4) optou por colocá-las em hibernação.
Uma análise preliminar do tribunal identificou falhas na justificativa para a realização do contrato e problemas na avaliação dos riscos e na quantificação do valor econômico esperado.