Reestruturação

Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4): acordo de fusão ganha força

A acionista Abra Group, dona da Gol, deve contribuir com ações para a Azul em troca de uma fatia na companhia aérea combinada

Aviões da Gol e Azul
Aviões da Gol e Azul / Foto: Divulgação

As negociações para fusão entre as companhias aéreas Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) ganharam força. O que está sendo discutido é que a acionista Abra Group, dona da Gol (GOLL4) e da Avianca Holdings, contribua com ações para a Azul (AZUL4) em troca de uma fatia na companhia aérea combinada.

A Abra, então, manteria a propriedade total de sua participação na Avianca. As informações foram condedidas à Bloomberg.

Ainda de acordo com o parecer, esse tipo de transação poderia atrair a Azul (AZUL4), já que não envolve o comprometimento de muito dinheiro.

Azul e Gol: ‘tiro no pé’, classifica especialista de reestruturação de empresas

Esta semana, surgiram notícias de que a Azul (AZUL4) estaria considerando fazer uma oferta para adquirir a concorrente Gol (GOLL4), que está atualmente em processo de recuperação judicial, o que a torna uma opção mais acessível.

Entretanto, a perspectiva de uma possível fusão entre as duas empresas, que juntas controlariam quase dois terços do mercado em um setor já dominado por três grandes players, apresenta desafios significativos.

Para o especialista em reestruturação de empresas, e CEO da Excellance, Max Mustrangi, essa união pode resultar em uma empresa ainda pior devido à má situação financeira e de alavancagem das empresas envolvidas. “É um tiro no pé, vejo como um verdadeiro ‘abraço dos afogados’”.

Enquanto Mustrangi vê a situação com pessimismo, ele reconhece que o mercado muitas vezes valoriza a escala e o potencial de faturamento, mesmo que isso não garanta viabilidade ou rentabilidade a longo prazo.

Max destaca preocupações com o tamanho da nova empresa, a dívida associada e a dificuldade do setor em gerar lucro. Ele conclui que essa união pode criar um problema ainda maior do que resolver.

“Eu leio com péssimos olhos essa notícia. Pelo tamanho da empresa que vai ser resultante, tamanho da dívida que vai ser associada em conjunto, por mais que haja um haircut da dívida no processo de RJ da Gol, e a dificuldade do setor gerar resultado positivo”, explicou.

O sócio da Itapeva Consultoria, Renoir Vieira, ressalta que, no seu ponto de vista, certamente pode beneficiar a Gol, que se encontra em recuperação judicial. “Os ganhos de escala, otimização da malha e sinergias fariam sobrar mais dinheiro para resolver o problema de endividamento”, pontuou.