No meio da crescente preocupação do Congresso com o governo, a estagnada liberação de emendas volta a ser alvo de críticas.
Em um cronograma estabelecido pelo Congresso, porém vetado pelo governo, esperava-se que até abril o governo tivesse empenhado R$ 11 bilhões em emendas.
Entretanto, mais da metade do mês transcorreu e o valor permanece em R$ 2,52 bilhões.
Governo “jogou a toalha” sobre ajuste fiscal, diz Mansueto
Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual (BPAC11) acredita que a alteração na meta de superávit para 2025, pelo governo Lula, imprimiu no mercado a visão de que o governo “jogou a toalha” sobre o ajuste fiscal.
Segundo o executivo do BTG, que já foi, inclusive, secretário do Tesouro (2018 – 2020), em entrevista à Bloomberg News, o governo brasileiro precisa mostrar compromisso com as contas públicas.
Incluindo a contenção de gastos, para se diferenciar de forma positiva dos demais países emergentes e evitar uma piora das expectativas, disse ele. “O humor do mercado está azedando muito rapidamente”, apontou.
O PLDO (Projeto de Lei e Diretrizes Orçamentarias) para 2025 foi apresentando nesta semana, com uma mudança na meta de resultado primário para o período e para os anos seguintes.
Agora, espera-se 0,0% do PIB para 2025, 0,25% do PIB para 2026 e 0,50% apenas em 2027. Combinado às apostas de que os juros devem seguir em alto nível por mais tempo, o receito da piora fiscal fez o dólar disparar acima de R$ 5,20.
Mansueto destacou que a comunicação da mudança foi negativa, pois passou a ideia de que o déficit permanecerá até o final do governo. Amplificando, assim, a reação dos investidores.
“Como o governo não conseguiu aumentar a arrecadação como queria, ele mudou a meta. A comunicação foi ruim”, disse o economista-chefe do BTG Pactual.