Os contratos futuros do petróleo reagiram ao arrefecimento das tensões geopolíticas globais e registram queda nesta terça-feira (23).
Por volta das 10h50 (horário de Brasília), o Petróleo Brent (referência mundial) para o mês de junho recuava 0,37%, cotado a US$ 86,71.
Na sexta-feira (19), os contratos futuros da commodity para junho fecharam em alta de 0,21%, a US$ 87,29 o barril.
A flutuação de preços ocorreu a medida que o mercado acompanhava as ofensivas entre Irã e Israel na última semana.
Isso porque o estreito de Hormuz, uma passagem marítima estreita localizada na margem do Irã, é vital para a cadeia global de suprimentos da commodity, destacando sua importância estratégica, explicou o economista da investing Thomas Monteiro.
“Isso se soma a uma crescente tensão em Omã, que também é banhado pelo estreito de Hormuz”, completou.
Os investidores também estão atentos ao rumo dos juros americanos e a dados econômicos dos EUA.
Conflito entre Irã e Israel não deve escalar, diz analista
O mercado amanheceu com a notícia de que Israel teria atacado o Irã na noite de quinta-feira (18). Como consequência, as bolsas reagiram com queda, ditando o tom dos investidores, mas mesmo com as tensões geopolíticas, analistas apontam que os conflitos não devem se estender.
“A relação entre os dois países, Irã e Israel, nunca foi boa. Na verdade, eles estão sempre meio que em pé de guerra. Inclusive, a indústria atômica do Irã existe muito com essa premissa de querer atacar Israel”, explicou Pedro Tiezzi, especialista em alocação de recursos da SNV Investimentos.
Contudo, ele pontua que, embora o ato atípico, que também chamou de “pífio”, tenha abalado as bolsas globais, o conflito não “deve ter grandes escaladas”.
Além disso, o Irã já declarou não ter intenção de retaliação imediata contra Israel. Com os investidores digerindo a informação, os mercados operaram de forma mista durante a tarde.
Mesmo com os ânimos se acalmando, por volta das 16h55 (horário de Brasília), o dólar registrava leve queda de 0,93%, após ter registrado alta de mais de 4%.