Durante evento em São Paulo nesta quarta-feira (24), o diretor de Política Monetária do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, afirmou que a meta de inflação é um “não-tema” para o Copom (Comitê de Política Monetária), já que não deve ser discutida, mas sim perseguida.
A declaração acontece em meio ao aumento da dúvida sobre a viabilidade do cumprimento da meta de 3% estabelecida pelo CMN (Comitê Monetário Nacional).
De acordo com Galípolo, quando chegou ao BC, havia ceticismo no mercado sobre a possibilidade de cumprir o alvo. No segundo semestre de 2023, afirmou, a preocupação diminuiu e, agora, voltou a aparecer.
“Tem havido idas e vindas, e para a gente é perseguir a meta que foi determinada”, disse o diretor do BC.
Galípolo se diz otimista em relação ao Brasil
Durante o evento, Gabriel Galípolo disse que está otimista em relação ao Brasil e que esse sentimento “não é de hoje”.
Segundo ele, apesar da reprecificação de ativos mais recente, com o fortalecimento do dólar, o Brasil tem vantagens comparativas e capacidade de atrair investimento.
Em meio às tensões geopolíticas, o diretor do BC também ressaltou as vantagens do país em relação à balança comercial, energia limpa e demanda aquecida, com ciclo de política monetária que “parece bastante saudável”.
“O desafio é como fazer com que tenhamos crescimento mais harmônico entre oferta e demanda”, afirmou.
Ainda de acordo com Galípolo, o Brasil deveria estar focado em como aumentar investimentos privados nos setores corretos.
Campos Neto: meta de inflação caminha “dentro do estipulado”
O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, disse, durante apresentação do RTI (Relatório Trimestral de Inflação), no final de março, que o caminho para alcançar a meta da inflação está “dentro do estipulado” pelo Governo Federal.
Campos Neto ressaltou ainda que o objetivo é levar a inflação até a meta com “o mínimo de custos para a sociedade e em termos de “crescimento, desemprego e retração de crédito”.
“Quando a gente olha para o que foi feito no último um ano e meio, o Brasil está fazendo a inflação convergir, ainda que a última milha seja mais dolorida. O BC promoveu um processo de convergência a um custo muito baixo”, afirmou.
De acordo com o dirigente do BC, a autoridade monetária fez um bom trabalho quanto à convergência da inflação a um baixo custo.