O IPCA-15, a prévia do índice que mede a inflação do país, será divulgado nesta sexta-feira (26), com o mercado prevendo uma continuação na desaceleração para o indicador.
As projeções coletadas pela equipe do BP Money apontam que o crescimento pode ficar com uma variação entre 0,29% e 0,36% na prévia de março.
Além disso, a estrategista de inflação da Warren Investimentos, Andréa Angelo, destacou esperar que a variação acumulada em 12 meses atingindo 3,81%.
No entanto, o dado que poderia vir como uma boa notícia para o BC (Banco Central), na verdade só poderá ser confirmado avaliando as nuances. É o que afirma o relatório de Leandro Manzoni da Investing.
A análise destaca que a autoridade monetária e os investidores vão avaliar os números da inflação de serviço, uma vez que está correlacionada com o nível de atividade econômica e dinâmica do mercado de trabalho.
“Embora as projeções de algumas casas de análise também sejam de desaceleração neste subitem, a tendência é de alta, e não faltam variáveis que apontam isso”, comentou Manzoni.
Segundo o especialista, as constantes revisões para cima nas projeções de crescimento do PIB brasileiro deste ano, juntamente com o mercado de trabalho aquecido, estão impactando as expectativas dos economistas para a inflação em 2024.
Além disso, a queda na taxa de desemprego, o aumento na massa salarial, o efeitos dos programas de transferência de renda para a população de baixa renda também são outros fatores de impacto.
Previsões do IPCA para o fim do ano
De acordo com o último Boletim Focus, divulgado na terça-feira (24), o IPCA deste ano deve fechar em 3,73%, marcando a primeira alta na estimativa. Além disso, para 2025, a expectativa subiu pela terceira vez consecutiva, alcançando 3,60%.
O especialista destaca que o horizonte da política monetária está voltado para o quadro inflacionário de 12 a 18 meses à frente, indicando que o Copom está direcionando suas ações para os números que virão apenas no próximo ano.
É constante a reavaliação das projeções de crescimento do PIB deste ano da economia brasileira para cima, o mercado de trabalho continua aquecido com queda na taxa de desemprego e aumento na massa salarial, além dos efeitos dos programas de transferência de renda para a população de baixa renda.
IPCA: desaceleração nos alimentos e gasolina
Para Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, uma das principais razões para essa expectativa de desaceleração da inflação reside nos alimentos e na gasolina.
Segundo os especialistas, o grupo de Transportes, especialmente devido aos preços da gasolina, deve contribuir significativamente para essa desaceleração, com uma redução de 0,13 pontos percentuais.
Além disso, é esperada uma desaceleração nos preços de alimentos como frutas, arroz e leite, embora haja pressão nos tubérculos, especialmente no preço do tomate.
Incógnita no grupo de comunicação
A estrategista de inflação da Warren Investimentos destacou uma incógnita para o IPCA-15, que é o grupo de Comunicação, onde o reajuste dos planos da Vivo e da TIM pode impactar os preços dos telefones celulares.
De acordo com a análise, há uma expectativa de um aumento de 7,5% na Vivo e 4,5% na TIM, o que pode ter um impacto significativo neste grupo.
Contribuição de outros grupos
Por outro lado, grupos como Vestuário, Energia Elétrica e Despesas Pessoais devem apresentar uma contribuição positiva para a inflação, com um acréscimo de 0,06 pontos percentuais. Esse movimento é especialmente notável nas Despesas Pessoais, que voltam
Perspectivas para serviços subjacentes
Os serviços subjacentes, como consertos, condomínio e serviços de recreação, devem apresentar uma alta de 0,29%, desacelerando em relação ao mês anterior. No entanto, há uma ressalva de que esses grupos ainda representam um risco altista, especialmente considerando a dinâmica dos preços nos últimos meses.