Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, afirmou que o cumprimento da meta de resultado primário para 2024 e os próximos anos é “viável” e “factível”.
“Há uma chance razoável de estarmos no horizonte da banda da meta de resultado primário [em 2024]”, declarou Ceron enquanto comentava em entrevista coletiva sobre o Resultado do Tesouro Nacional (RTN) de março.
Os dados do primeiro trimestre mostram que “há caminhos para atingir” as metas determinadas, disse ele.
Por outro lado, Ceron frisou que a situação fiscal do Brasil não pode acomodar a ampliação de renúncias, pela falta de “gordura”. “Medidas que ampliem renúncias precisam ser acompanhadas de compensação”, completou.
O abono salarial, segundo ele, não é um problema relativo à meta primária. “Caso o Tribunal de Contas da União (TCU) não acate o recurso, vai ser necessário abrir espaço de R$ 29 bilhões no exercício seguinte”, disse.
Conforme apontado pelo secretário, “deixar despesas fora da regra é sempre ruim, prefiro que tudo fique acomodado dentro”.
Governo central tem déficit primário de R$ 1,5 bi em março
O governo central registrou um déficit primário de R$ 1,527 bilhão em março, valor inferior ao saldo negativo de R$ 7,083 bilhões no mesmo período do ano anterior.
No entanto, esse resultado ficou acima das previsões dos analistas, conforme informado pelo Tesouro Nacional nesta segunda-feira (29). De acordo com uma pesquisa realizada pela Reuters, os analistas esperavam um superávit de R$ 1,522 bilhão para o mês passado.
Nos últimos 12 meses, o governo central apresenta um déficit acumulado de R$ 247,4 bilhões, em termos corrigidos pela inflação, representando 2,2% do PIB (Produto Interno Bruto).
Apesar de ser um resultado deficitário, é o melhor para o mês desde março de 2021, quando foi registrado um superávit de R$ 2,468 bilhões, considerando os valores ajustados pela inflação.
Em números reais, a receita líquida teve um incremento de R$ 12,6 bilhões (+8,3%) em relação ao mesmo mês do ano anterior. Enquanto isso, a despesa total aumentou em R$ 6,8 bilhões (+4,3%), comparado a março de 2023.