Economia brasileira

BofA revisa projeções e enxerga expansão do PIB e Selic neste ano

BofA aponta que a média desse crescimento estava em torno de 1,3% ao ano no início dos anos 2000 e teria aumentado para 2,2% ao ano após a pandemia

Bancos BofA
BofA (Foto: Wikimedia Commons/ Divulgação)

O Bank of America (BofA) aumentou sua projeção de crescimento para a economia brasileira em 2024, passando de 2,2% para 2,7%.

Além disso, após os recentes discursos mais hawkish do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o banco decidiu elevar sua estimativa para a taxa de juros Selic deste ano, de 9,50% para 10,25%. “O resiliente mercado de trabalho, melhores condições de crédito às famílias e transferências governamentais explicam as surpresas”, reforça.

De acordo com o relatório divulgado pelo banco, o PIB (Produto Interno Bruto) potencial, que representa a capacidade máxima de produção de uma economia quando todos os recursos estão plenamente utilizados, aumentou após a pandemia de covid-19.

O BofA aponta que a média desse crescimento estava em torno de 1,3% ao ano no início dos anos 2000 e teria aumentado para 2,2% ao ano após a pandemia.

“Uma NAIRU mais baixa sugere que a economia está a funcionar mais perto do pleno emprego e que todos os recursos estão sendo utilizados de forma eficiente”, destaca o BofA, que pondera que a utilização da capacidade estagnou, enquanto a produtividade tem comportamento distinto entre os setores.

Visão do BofA

“Acreditamos que a utilização da capacidade na economia aumentou desde a base alcançada durante a pandemia e agora voltou ao seu nível não inflacionário de 80%”, completa o banco.

O Bank of America menciona que o PIB real tende a aumentar com uma maior utilização da capacidade instalada da economia. Além disso, conforme a taxa de crescimento potencial aumenta, a taxa de juro real neutra também tende a seguir essa mesma tendência, destaca o BofA.

“Acreditamos que o nosso longo prazo da taxa de juros neutra está bem calibrada em 5,5%”.

Campos Neto: Taxa de juro real no Brasil é alta, mas vem caindo

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), destacou que a taxa de juros real no Brasil historicamente é mais elevada, mas ressaltou que vem diminuindo.

Campos Neto criticou comparações diretas entre as taxas de juros do Brasil e de outros países, como o Chile, enfatizando a importância de considerar o esforço monetário em vez de focar apenas nas taxas de juros, já que o juro real pode levar a conclusões equivocadas.

“Essa narrativa de que os juros estão absurdamente altas não é verdade. Quando a gente olha o histórico dos juros e o esforço monetário, vemos que isso não é real”, disse Campos Neto, durante palestra no evento “Cenário e Perspectivas para o Brasil”, promovido pelo Young Presidents Organization (YPO).

Ele ressaltou a importância de o Brasil avançar com as reformas e evitar retrocessos nas medidas já implementadas.