Na avaliação da XP, a decisão sobre a redução do ritmo de corte da Selic (taxa de juros) esperada para a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) pode não ser unânime. Além disso, a corretora mantém sua previsão de redução do ritmo de 0,50 p.p. (ponto percentual) para um corte de 0,25 p.p.
Além disso, a XP classifica a expectativa por uma postura mais cautelosa como razoável.
“Em suas recentes declarações públicas, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, levantou discussão acerca de onde virá a desinflação adicional necessária para levar o IPCA à meta”, declarou a casa em relatório, de acordo com o “Broadcast”.
“É difícil encontrar a resposta avaliando os determinantes habituais da inflação: a demanda interna segue aquecida; a postura futura da política fiscal é incerta; a taxa de câmbio enfraqueceu; e os preços internacionais das commodities subiram, assim como as expectativas de inflação de médio prazo”, acrescentou.
Contudo, pode haver um dissenso entre os membros do Copom. “O diretor do BC, Gabriel Galípolo, por exemplo, disse recentemente que as decisões não devem ser pautadas pela volatilidade de curto prazo”, pontuou.
Desta forma, para a XP, o diretor do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, e os outros membros poderão optar por seguir com o guidance (projeção) fornecido em março e votar por um corte adicional de 0,50 p.p.
O movimento pode ocorrer “principalmente porque o nível atual da Selic ainda é percebido por muitos como consideravelmente acima do neutro”, disse a XP e acrescentou que a inflação corrente está bem comportada e que foi reduzido o estresse registrado pela taxa de câmbio nas últimas semanas.
XP não espera sinalizações explícitas do Copom
A XP, ainda em relatório, pontuou que não espera sinalizações explícitas do Comitê de Política Monetária do BC para o ritmo de corte ou para a Selic terminal no que for divulgado sobre a reunião de maio.
“A incerteza elevada não é compatível com um compromisso forte”, declarou.
Já uma sinalização, com unanimidade, para manter a política monetária restritiva, é aguardada “com o intuito de trazer a inflação à trajetória da meta”.