Economia americana

EUA: Dirigentes do BC afastam necessidade de alta dos juros

Dirigente reforça tom de cautela e apontam que é possível esperar mais para que inflação caminhe de forma sustentável para a meta

EUA FED
Fed / Creative Commons

O presidente da distrital do Federal Reserve (Fed) de Nova York, John Williams, afirmou nesta segunda-feira (6), que os consumidores estão se tornando mais cautelosos com seus gastos e que observa o início de uma desaceleração no mercado de trabalho durante uma entrevista no evento do Milken Institute, em Los Angeles.

Willams destacou que, portanto, o próximo movimento do Fed “em algum momento” será uma redução nas taxas, na perspectiva do dirigente.

O presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, destacou que o atual nível das taxas de juros poderá reduzir a demanda o suficiente para trazer a inflação de volta à meta de 2% do banco.

Barkin fez essas observações durante um evento realizado na tarde desta segunda-feira, na cidade de Columbia, na Carolina do Sul, nos EUA.

Williams e Barkin, como membros votantes do Comitê Federal de Mercado Aberto neste ano, têm influência nas decisões sobre os próximos movimentos dos juros americanos.

Juros dos EUA

Apesar do início de uma desaceleração, a economia americana seguirá forte, mas não nos níveis registrados no ano passado, completa Williams. “Teremos um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em torno de 2% a 2,5%”, disse.

O líder da distrital de Richmond pontuou que não vê um superaquecimento da economia americana, mas que o Fed “sabe como reagir caso isso aconteça”. E se a economia desacelerar mais, “o Fed tem poder de fogo suficiente para apoiá-la”.

Williams e Barkin enfatizaram que as decisões de política monetária são tomadas considerando uma ampla gama de dados econômicos, e não apenas números isolados, como o relatório de novos empregos e a atividade do setor de serviços divulgados na sexta-feira, que ficaram abaixo das expectativas dos analistas.

Barkin destacou que o Federal Reserve busca aumentar a confiança de que a inflação está se movendo em direção à meta, e que, com um mercado de trabalho robusto, há margem para ganhar essa confiança ao longo do tempo.