Na Argentina, diversos setores atenderam à convocação da CGT (Confederação Geral do Trabalho) e anunciaram greve geral de 24 horas na quinta-feira (9) contra o governo de Javier Milei. A interrupção das atividades está prevista para começar às 00h de quinta-feira e terminar às 23h59 do mesmo dia.
Segundo o jornal Clarín, o principal serviço afetado será o de transporte público – ônibus, metrô e trens. A Aerolíneas Argentinas também afirmou que nenhum voo será realizado, seja doméstico ou internacional. Estima-se que 700 voos serão interrompidos e, pelo menos, 90 mil passageiros serão afetados.
O jornal La Nación listou outros setores públicos que também irão aderir à greve geral: servidores públicos estaduais, trabalhadores de comércio e serviços, funcionários do setor bancário e, parcialmente, do setor de saúde.
Através de nota, o sindicato dos bancários disse que “a política econômica rigorosa adotada pelo governo nacional prejudica os trabalhadores e o povo como um todo, ao mesmo tempo que favorece descaradamente o grande capital, os grupos econômicos e o poder real”.
Em relação aos supermercados, shoppings e farmácias, a expectativa é de participação parcial na greve. Na educação, embora os sindicatos tenham aderido à paralisação, as escolas abrirão normalmente e caberá a cada profossor aderir ou não.
Em resposta, a ministra da Segurança, Patrícia Bullrich, antecipou que será aplicada uma medida antiprotestos ao longo de todo o dia.
“Garantiremos a livre circulação, não deixaremos que tomem pontes ou bloqueiem rotas. Pode haver exceções onde não estamos, (…) mas o protocolo sempre se aplicará porque sabemos que as pessoas sentem o que isso significa. É a nossa filosofia”, disse a ministra.
Milei após marcha universitária na Argentina: ‘nunca pensamos em fechar as universidades’
O presidente da Argentina, Javier Milei, negou, no último domingo (28), a pretensão de desfinanciar e fechar as universidades públicas do país.
Milei acusou seus opositores de usar da defesa da educação pública, uma “causa nobre”, segundo ele, e “prostituí-la”.
“Chama-se falácia do espantalho. Nossos opositores inventaram uma mentira e nos atacam a partir dessa mentira”, afirmou.
As declarações aconteceram dias após a marcha universitária na Argentina – o maior protesto, até então, contra as medidas do presidente, consideradas “drásticas” – na última terça-feira (23), em Buenos Aires e outras cidades do país.
Centenas de milhares de pessoas foram às ruas, atendendo a uma convocação de estudantes, graduados e professores universitários, à qual aderiram sindicatos, partidos da oposição e cidadãos em geral.
As universidades se declararam em emergência orçamentária depois que o governo prorrogou, este ano, o orçamento de 2023, embora a inflação ao ano tenha beirado os 290% em março.