Nesta quinta-feira (9), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), defendeu a suspensão imediata dos pagamentos da dívida do estado com a União, pelo “maior prazo possível”.
Ele afirmou que o estado precisará de pelo menos R$ 19 bilhões para sua reconstrução após as chuvas intensas que atingiram a região, deixando pelo menos 107 mortos e centenas de milhares de desalojados.
“Os cálculos iniciais das nossas equipes técnicas indicam que serão necessários, pelo menos, R$ 19 bilhões para reconstruir o Rio Grande do Sul (RS). São necessários recursos para diversas áreas. Insisto: o efeito das enchentes e a extensão da tragédia são devastadores. Nas próximas horas, vamos detalhar as ações projetadas que contemplariam as nossas necessidades”, disse Leite em publicação no X.
No dia anterior, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que seria necessário ter uma estimativa mínima dos recursos necessários para que o Executivo federal pudesse propor o fornecimento de crédito ao Rio Grande do Sul por meio de medida provisória.
Em uma entrevista à CNN Brasil, Leite mencionou inicialmente a necessidade de R$ 17 bilhões para o estado. Posteriormente, de acordo com a assessoria de imprensa do governo gaúcho, o governador atualizou essa estimativa ao fazer uma publicação no X.
Anteriormente, em entrevista à GloboNews, Leite também defendeu a suspensão imediata do pagamento da dívida do RS com a União, destacando esse pagamento como um dos fatores que dificultam os investimentos na prevenção de desastres.
“A gente tem uma situação que comprime o RS para fazer os investimentos. Então, defendemos sim a suspensão imediata (da dívida com a União) e com o maior prazo possível”, disse Leite na entrevista.
Haddad anuncia medidas de ajuda ao RS com impacto de R$ 50,1 bi
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou, nesta quinta-feira (9), que planeja realizar um conjunto de medidas destinadas a auxiliar os impactados pelas enchentes no Rio Grande do Sul com um impacto financeiro total estimado em R$ 50,9 bilhões.
De acordo com Haddad medidas incluem antecipação do abono salarial e linhas de crédito especiais para as famílias, empresas e pequenos produtores atingidos afetados pela crise na região.
No que se refere ao resultado primário, que não considera os gastos com juros, o impacto será de aproximadamente R$ 7,6 bilhões.
A expectativa do Governo é que cerca de 3,5 milhões de pessoas sejam beneficiadas por essas ações.
Uma das medidas mais abrangentes citada por Haddad é a antecipação do cronograma de pagamento do abono salarial de 2024, um benefício que atingirá diretamente 705 mil trabalhadores com carteira assinada.