O BC (Banco Central) divulgou na manhã desta terça-feira (14) ata da última reunião o Copom (Comitê de Política Monetária) reforçando o tom mais duro sobre o futuro da política monetária e as preocupações com o andamento da agenda fiscal no Brasil.
Anteriormente, na semana passada, a autoridade monetária foi contra o guindance do encontro anterior e reduziu a Selic em 0,25 ponto percentual.
Também está no radar do BC o risco fiscal que aumentou nas últimas semanas.
“O Comitê avalia que o cenário prospectivo de inflação se tornou mais desafiador, com o aumento das projeções de inflação de médio prazo, mesmo condicionadas em uma taxa de juros mais elevada”, diz o texto.
De acordo com o documento da autoridade monetária, o principal ponto de divergência entre os diretores do BC foi seguir ou não o “foward guidance”.
Em outros termos, os indicativos da reunião anterior, quando o Comitê apontou para um corte de 0,50 pp.
Segundo os membros do Copom que votaram pela redução de de 0,25 pp da Selic, a situação se deteriorou substancialmente, a ponto de exigir uma mudança no ritmo de cortes.
Este foi o primeiro corte nesta magnitude na taxa básica de juros brasileira, desde que o a autarquia monetária deu início ao seu afrouxamento monetário.
Antes disso, foram seis cortes de 0,50 pp. Com isso, a Selic passou de 10,75% para 10,50% ao ano — trata-se do menor patamar de juros desde março de 2022.
Para esse grupo, mais importante do que o risco reputacional de não seguir o “guidance” é a perda de credibilidade no compromisso de combater a inflação.
Copom destaca surpresa com dados econômicos
Para além do tom de mais consefvador, o Copom destaca que os dados de atividade econômica brasileira surpreenderam, assim como o mercado de trabalho — que pressionam a inflação.
Ainda levando em consideração a decisão de cortar os juros em 0,25 pp, a ata aponta que houve um racha entre os membros do Copom, sendo que cinco optaram pelo afrouxamento mais moderado, enquanto quatro votaram pela manutenção do ritmo de 0,50 pp.