A Gerdau (GGBR4), empresa de origem gaúcha, mantém duas fábricas no Rio Grande do Sul paralisadas sem previsão de retomada, de acordo com o presidente da companhia, Gustavo Werneck.
“Não tivemos dano físico, mas os colaboradores não têm condição de trabalhar neste momento e também há dificuldade de acesso para levar matéria-prima”, disse o CEO da Gerdau, presente no evento Summit Valor Econômico Brazil – USA.
“Não temos prazo para retomar, as duas continuam paradas. O efeito de custo para Gerdau como um todo é marginal diante do impacto social”, afirma. O executivo explica que a companhia está buscando atender os “clientes cujos produtos são produzidos naquela região, trazendo de São Paulo, por exemplo”.
A companhia apresentou um balanço robusto no primeiro trimestre, levando bancos como BTG Pactual e Itaú BBA a recomendarem novamente a compra das ações.
Os EUA são o principal motor de crescimento para a Gerdau, que atua no mercado americano há 35 anos e está listada na bolsa de Nova York (NYSE) há 25 anos.
“Houve um reconhecimento que os resultados na América do Norte são de longo prazo e um otimismo maior com capacidade da Gerdau de gerar resultados no Brasil, avalia Werneck.
O executivo também espera que a operação se beneficie do novo contexto setorial após as restrições impostas pelo governo brasileiro à importação. Em abril, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) anunciou cotas para a entrada de aço no país.
“É a primeira medida do governo federal para melhoria da defesa comercial. O que foi divulgado agora precisa ser implementado e há algumas discussões sobre isso, se a cota é anual ou por trimestre”, diz o CEO.
“O que defendemos é que seja 25% a cada trimestre.” A expectativa do setor é a implementação a partir de junho.
Gerdau: Itaú BBA eleva à compra, com avaliação atrativa
Apesar do cenário desafiador para o setor de mineração e siderurgia, o Itaú BBA optou por elevar a recomendação para a ação da Gerdau (GGBR4) de market perform para outperform.
Isso se baseia na avaliação atrativa da empresa, perspectivas mais positivas para o Brasil e uma rentabilidade resiliente nos EUA. O novo preço-alvo estabelecido é de R$ 24, o que implica um potencial de valorização de 22,1% em relação ao preço de fechamento da última sexta-feira (3), que foi de R$ 19,66.
O Itaú BBA ressalta que a administração da siderúrgica demonstra otimismo quanto à perspectiva de melhoria das margens em 2024, especialmente impulsionada por um ambiente competitivo mais favorável e pela busca por maior eficiência, incluindo otimização de custos.
Quanto ao primeiro aspecto, a Gerdau recebeu de forma positiva o esquema de cotas combinado com tarifas de importação recentemente anunciado para importações no Brasil, antecipando possíveis ganhos de participação de mercado em relação aos produtos importados.
Em relação ao segundo ponto, a empresa destacou que está progredindo na otimização de seus ativos, o que inclui o fechamento de capacidades em instalações menores e o aumento da utilização da capacidade em usinas de maior porte.