O ano de 2024 será desafiador para empresas do setor de saúde, analisou a Fitch. A agência de classificação de risco rebaixou cinco notas de crédito de empresas do setor desde o início de 2023 e, atualmente, 27% das 11 notas de companhias avaliadas estão em perspectiva negativa.
Segundo o relatório, a maioria das companhias ainda apresenta uma estrutura de capital alavancada, pressionada pelo elevado consumo de caixa com juros e capital de giro, enquanto a retomada da geração de caixa e da rentabilidade tem sido lenta.
Segundo a Fitch, os volumes de exames e internações têm se mantido aquecidos, mas as receitas das empresas não têm avançado na mesma magnitude da demanda.
A dinâmica mais rígida de negociação de preços e prazos entre prestadores de saúde e operadoras, combinada a um processo mais lento de integração e captura de sinergias das aquisições, tem postergado e frustrado o crescimento da geração de caixa e das margens operacionais das empresas, disse a Ficht.
A agência ressalta que as empresas de medicina diagnóstica enfrentam as maiores limitações nos repasses de preços. Já as operadoras de saúde têm o desafio de continuar reduzindo os índices de sinistralidade para aliviar as pressões na rentabilidade.
No caso dos hospitais, registram os maiores tíquetes médios e margens operacionais do setor, mesmo tendo maior custo fixo.
Envididamento e menor velocidade na recuperação de caixa pressionam empresas, avalia Fitch
A Fitch afirma que o endividamento alto e a menor velocidade de recuperação da geração operacional de caixa têm pressionado a alavancagem de diversas das empresas do setor. A Dasa (DASA3), Alliança, Kora Saúde, Oncoclínicas, Hapvida (HAPV3) e Rede D’Or (RDOR3) encerraram 2023 com alavancagem líquida acima dos gatilhos de rebaixamento das notas de crédito, afirma.
Por fim, a agência diz que capitalizações realizadas pela Athena Saúde, Alliança, Dasa e Oncoclínicas atenuaram riscos de liquidez a curto prazo e amenizaram pressões nas estruturas de capital, mas os desafios permanecem, e Dasa, Alliança e Kora precisam reduzir a alavancagem para menos de 4,5 vezes dentro dos próximos meses para evitar revisões negativas de nota de crédito.