IPCA-15 no radar

Ibovespa fecha em queda por frustração com superávit; dólar cai

O Ibovespa fechou a sessão desta terça-feira (28) com queda de 0,58%, aos 123.779,54 pontos; o dólar caiu, a R$ 5,15

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Ibovespa / Foto: Pexels

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta terça-feira (28) com queda de 0,58%, aos 123.779,54 pontos. O dólar comercial caiu 0,35%, a R$ 5,15.

Nesta sessão, diferentes fatores internos pressionaram o Ibovespa para baixo. Apesar do IPCA-15 ter mostrado números ligeiramente melhores que o esperado, o superávit registrado pelo governo ficou aquém das expectativas.

Segundo Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, o resultado primário apresentou um novo crescimento da dívida pública, que acaba colocando em “xeque” o trabalho para tentar aliviar as expectativas de inflação.

No quesito inflação, o IPCA-15 expressou alta de 0,44% em maio, ante 0,21% em abril, conforme dados do o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nessa terça-feira (28).

O mercado esperava que o índice viesse em 0,49% para o mês e 3,75% para o período de 12 meses.

“Entre as principais altas temos o GPA (PCAR3) e MRV (MRVE3) que são mais sensíveis a mudanças nas taxas de juros, estão subindo refletindo o bom dado do IPCA-15”, avaliou Fernandes.

Já entre as quedas do Ibovespa, a Azul (AZUL4), Magalu (MGLU3) e CVC (CVCB3), refletiram uma projeção do mercado de Selic (taxa básica de juros) mais alta em 2024, segundo o sócio da A7 Capital.

“São empresas que estão lutando para gerenciar suas dívidas, e uma Selic mais alta acaba por impactando os resultados dessas empresas, principalmente na linha de despesas financeiras.

Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) 

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) avançaram 1,76% e 2,13%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 1,17%.

“A Petrobras (PETR4) é outro destaque, refletindo as primeiras entrevistas da nova CEO, Magda Chambriard, com um discurso sobre lucratividade da empresa para acionistas majoritários e minoritários”, comentou Fernandes.

Entre as mineradoras e siderúrgicas o movimento negativo foi puxado pela Vale (VALE3) que caiu 2,16%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 0,22%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 1,25%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixas de 0,54% e 0,33%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram em movimentos opostos com desvalorização 0,08% e valorização 0,31%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 6,54%. Assim como a Magalu, as ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 0,02%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 0,06%.

A MRV (MRVE3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 2,20%. Logo atrás, as ações preferenciais e ordinárias da Petrobras (PETR4 e PETR3) registraram altas de 2,13% e 1,76%, respectivamente.

Já na ponta negativa, Magalu (MGLU3) liderou as perdas, caindo 6,54%. Em seguida, vieram Azul (AZUL4) e CSN Mineração (CMIN3), com perdas de 4,84% e 3,93%.

Índices do exterior fecharam mistos

Os principais índices europeus tiveram desempenhos mistos nesta terça-feira (28). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 0,43%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 0,92%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,61%. Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq avançaram 0,02% e 0,59%, respectivamente. Já o Dow Jones recuou 0,55%.