Ibovespa fecha em queda, na contramão de NY; dólar sobe

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta sexta-feira (31) com queda de 0,50%, aos 122.098,09 pontos. O dólar comercial subiu 0,82%, a R$ 5,25.

O dia foi de ânimo no exterior, após a divulgação do PCE (índice de preços de gastos com consumo) dos EUA, com dados positivos. Mas o sentimento não atingiu o Ibovespa, que operou no vermelho, em uma queda generalizada.

Os papéis de maiores pesos para o índice brasileiro, a Vale (VALE3) e a Petrobras (PETR4), foram em direções opostas, com a primeira caindo pela divulgação da atividade industrial menor que o esperado.

Enquanto a Petrobras, Rodrigo Cohen, analista de investimentos, acredita que muitos investidores e fundos estão zerando posições em virtude das mudanças na presidência da companhia e com o mercado ainda inseguro com a entrada da Magda.

Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, ressaltou que o movimento negativo foi generalizado do Ibovespa foi liderado pelo Grupo Pão de Açúcar (PCAR3).

“As ações do Grupo Pão de Açúcar reagiram à retomada da cobertura da varejista pelo Itaú BBA com recomendação neutra, com a justificativa de que o valuation atual da companhia não traz respaldo para que haja uma postura mais construtiva”, disse.

Enquanto isso, o PCE reportou alta de 0,2% no mês de abril e 2,8% em 12 meses, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (31) pelo Departamento de Comércio americano. Para Cohen, ele está bem em linha na direção da meta de inflação dos Estados Unidos.

“Com isso, as apostas de uma queda de juros ainda nesse ano aumentam. Então, passou para mais de 50% a chance de isso acontecer agora, segundo a bolsa Chicago, CME. Isso anima muito os mercados”, comentou.

“É aquele negócio inverso. Quando os EUA soltam dados ruins, na verdade, é positivo. Dados ruins mostram que a inflação não está tão forte e vem sendo gradativamente controlada e isso acaba sendo muito bom para as expectativas de queda dos juros”, explicou ele.