A XP reduziu a projeção para o Ibovespa para o final de 2024 de 149 mil pontos para 15 mil pontos, devido às taxas de juros mais altas.
O novo número ainda representa um potencial de valorização de 19% em relação ao fechamento de maio.
Os estrategistas da XP ressaltam que o Ibovespa terminou maio com mais um mês negativo, caindo 3,0% em reais e 4,0% em dólares. No acumulado do ano, as ações brasileiras caíram 16% em dólares, ainda entre os mercados mais fracos a nível global.
Conforme destaca a equipe de estratégia, o cenário de taxas mais elevadas nos EUA continua afetando o Brasil. Além disso, risco fiscais, de política monetária e o aumento da interferência do governo em algumas empresas são exemplos de tensões domésticas que seguem pesando.
“Uma combinação de riscos fiscais, maior cautela na política monetária e maior interferência do governo em grandes empresas (como a Petrobras), continuam pesando no sentimento”, avalia a equipe, ressaltando que recente pesquisa com investidores institucionais mostrou que o sentimento em relação ao Brasil está no menor nível de todos os tempos.
Ibovespa: JBS (JBSS3) lidera ganhos e IRB (IRBR3) lidera perdas de maio
Para o setor de frigoríficos o mês de maio teve resultado excepcional. A JBS (JBSS3) liderou os ganhos do Ibovespa, principal índice acionário do Brasil, valorizando 23,29%.
Logo depois veio a Marfrig (MRFG3), com avanço de 19,37% no período, enquanto o terceiro lugar foi ocupado pela Vamos (VAMO3), subindo 13,50%, e a BRF (BRFS3) alcançou o 4º lugar, valorizando 11,49%.
De modo geral, o Ibovespa caiu 3,04% em maio, um resultado sem grandes surpresas, visto que o índice tem enfrentado baixas recorrentes. Isto por uma série de fatores que quebraram as expectativas do mercado para um bom desempenho da Bolsa brasileira este ano, até agora.
Entre eles, o fato do BC (Banco Central) ter mudado a postura quanto ao corte de juros, lançando a percepção de que haverá menos cortes que o previsto na Selic (taxa básica de juros).
Além disso, as empresas cujas atividades estão mais ligadas ao Rio Grande do Sul já conseguem sentir o início dos prejuízos após as enchentes que destruíram diversas cidades.
A divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2024 da JBS foi a principal razão para o acúmulo de ganhos em maio, de acordo com o “Valor”.
“O resultado veio 1,2% acima das nossas projeções em termos de Receita líquida e uma margem EBITDA consideravelmente acima de nossas expectativas (+1,5 ponto percentual), que já estavam 0,4p.p. acima do que o mercado projetava. Atribuímos a melhora de margem nos segmentos da Seara e USA Pork como os dois maiores percursores para um resultado acima do consenso”, disse Igor Guedes, analista de frigorífico da Genial Investimentos.
Confira lista de 5 maiores altas e baixas do Ibovespa em maio
Altas
1º JBS (JBSS3): 23,29%
2º Marfrig (MRFG3): 19,37%
3º Vamos (VAMO3): 13,50%
4º BRF (BRFS3): 11,49%
5º Engie (EGIE3): 9,51%
Baixas
1º IRB (IRBR3): -25,64
2º Petz (PETZ3): -19,11
3º Yduqs (YDUQ3): -17,07
4º Suzano (SUZB3): -16,51
5º 3R Petroleum (RRRP3): -15,02