O relatório “Estatísticas de Pagamentos de Varejo e de Cartões no Brasil”, divulgado pelo Banco Central nesta terça-feira (4), revela que o Brasil encerrou 2023 com 212,305 milhões de cartões de crédito ativos.
Isso representa um aumento de 3,3% em comparação ao ano anterior, indicando uma forte desaceleração no crescimento. Em 2021, o crescimento anual foi de 36,0%, reduzindo para 12,5% em 2022.
O número total de cartões de crédito ativos, que atingiu 212,305 milhões em 2023, supera a população total do Brasil, estimada em 203,1 milhões pelo Censo de 2022. A população adulta, definida pelo IBGE como pessoas entre 15 e 64 anos, é de 140,7 milhões.
Em 2023, o número de cartões de crédito emitidos alcançou 481,010 milhões. Considerando os cartões ativos, a taxa de ativação foi de 44,1%, a menor da série histórica divulgada pelo Banco Central, que se inicia em 2011.
Cartões em destaque no Brasil
A Mastercard lidera como a maior bandeira no Brasil, com 129,727 milhões de cartões ativos. Em seguida, vem a Visa com 68,099 milhões, a Elo com 9,117 milhões e a American Express com 831,6 mil cartões ativos.
Entre os cartões brasileiros, 68,925 milhões são da categoria básica, 92,963 milhões são intermediários, 33,914 milhões são premium e 7,523 milhões são corporativos.
Gueitiro Genso, que já foi vice-presidente de varejo do BB e CEO da PicPay, comentou em uma postagem no LinkedIn que emissores incumbentes e insurgentes disputaram nos últimos anos a preferência do consumidor em negócios digitais, tendo como primeiro produto a conta e, na sequência, muitas vezes no mesmo “onboarding” (cadastro de usuário), o cartão de crédito, em uma espécie de “marcha para o Oeste americano”.
“De 2018 a 2023, a quantidade de cartões ativos no Brasil dobrou, de quase 99 milhões para mais de 212 milhões ao fim de 2023. O ano de maior crescimento foi 2021, com 36%, e em 2023 já se percebe o efeito de players reduzindo a expansão, pois foi o ano de menor crescimento, 3,3%”, escreveu.
O Brasil encerrou 2023 com 165,521 milhões de cartões de débito, uma queda de 5,6% em relação a 2022.
Popularização do Pix
Analistas do mercado de pagamentos destacam que a popularização do Pix tem afetado principalmente o uso de cartões de débito, sem impacto significativo nos cartões de crédito.
No entanto, isso pode mudar no futuro com a implementação de novas funcionalidades para o sistema de pagamentos instantâneos previstas na agenda do Banco Central.