O IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) registrou uma inflação de 0,87% em março, informou a FGV (Fundação Getúlio Vargas), nesta sexta-feira (7).
Com este resultado, o índice acumula alta de 0,61% no ano e de 0,88% em 12 meses. Em maio de 2023, o índice havia variado -2,33% e acumulava queda de -5,49% em 12 meses.
O número ficou acima do esperado pelo consenso LSEG de analistas, que previa alta de 0,69% ante abril.
André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV Ibre e responsável pelo indicador, afirmou, em relatório, que o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), índice de maior relevância no IGP, registrou uma notável aceleração nos preços dos alimentos processados, passando de 0,62% para 1,92%.
“Destacaram-se os aumentos nos preços de componentes essenciais da cesta básica, como arroz (de -2,59% para 3,40%), café (de 0,01% para 1,36%), carne bovina (de 0,80% para 2,40%), carne de aves (de 0,40% para 2,07%) e leite (de 0,55% para 7,37%). Além disso, o IPA também apresentou elevação nos preços de Materiais e Equipamentos para a Manufatura, subindo de 0,75% para 1,74%. Nesse segmento, merecem destaque os aumentos nos preços do alumínio (de 0,00% para 14,29%), farelo de soja (de 0,98% para 13,08%) e celulose (de 2,72% para 5,69%)”, disse Braz.
IPA-DI, com peso de 60% no IGP, cresceu 0,97% em maio
O IPA-DI subiu 0,97% em maio, ante avanço de 0,84% no mês anterior. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos in natura, cuja variação passou de -5,28% para 0,94%.
A taxa do grupo Bens Finais variou de -0,04% em abril para 0,73% em maio. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou de -0,04% em abril para 0,73% em maio. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos in natura, cuja variação passou de -5,28% para 0,94%.
O índice de Bens Finais “ex”, que resulta da exclusão de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, subiu 0,78% em maio, contra alta de 0,52% em abril.
A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 0,62% em abril para 0,88% em maio. O principal responsável pelo avanço da taxa do grupo foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 0,75% para 1,74%.
O índice de Bens Intermediários “ex”, calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 1,26% em maio, superior a alta de 0,55%, no mês anterior.
O estágio das Matérias-Primas Brutas subiu 1,33% em maio, porém com menor intensidade que a alta de 2,06% em abril.
Contribuíram para este movimento os seguintes itens: café em grão (16,05% para -0,21%), cacau (46,58% para -18,95%) e mandioca/aipim (6,20% para -4,07%). Em sentido oposto, vale citar os seguintes itens: minério de ferro (3,68% para 4,75%), arroz em casca (-0,19% para 5,82%) e milho em grão (-0,95% para 0,20%).
IPC-DI subiu 0,53% em maio
Com peso de 30% no IGP, o IPC-DI (Índice de Preços ao Consumidor) subiu 0,53% em maio, contra uma alta de 0,42% em abril.
Duas das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação: Educação, Leitura e Recreação (-1,24% para 0,87%) e Despesas Diversas (0,13% para 0,21%). As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: passagem aérea (-8,07% para 5,52%) e cigarros (0,06% para 1,46%).
Em contrapartida, os grupos Alimentação (0,90% para 0,72%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,87% para 0,67%), Vestuário (0,02% para -0,54%), Transportes (0,52% para 0,49%), Comunicação (0,57% para 0,46%) e Habitação (0,42% para 0,41%) recuaram.
Nessas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: frutas (3,49% para -2,62%), medicamentos em geral (3,87% para 0,10%), roupas (0,11% para -0,73%), pedágio (0,02% para -9,26%), tarifa de telefone móvel (2,15% para 0,52%) e tarifa de eletricidade residencial (0,74% para 0,14%).
INCC-DI avançou 0,86% em maio
Por fim, com os 10% restantes do IGP-DI, o INCC-DI (Índice Nacional de Custo da Construção) subiu 0,86% em maio, ante 0,52% no mês anterior.
Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de abril para maio: Materiais e Equipamentos (0,32% para 0,37%), Serviços (0,30% para 0,54%) e Mão de Obra (0,81% para 1,55%).