O real se destacou como a sétima moeda global com maior desvalorização em relação ao dólar até o encerramento do mercado da última terça-feira (11) de 2024, experimentando uma notável queda de valor. A análise foi realizada pela agência de classificação de risco Austin Rating.
Durante a última semana, a moeda acumulou valorizações consecutivas, a ponto de tocar R$ 5,45 em sua máxima. Ao fim, o montante foi uma forte alta, pela 4ª semana seguida, avançando 1,08% desde segunda-feira (10).
O aumento é reflexo dos ruídos políticos em torno do compromisso fiscal do Brasil, impulsionado pelas recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela decisão do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, em relação aos juros do país norte-americano.
Veja a lista das dez moedas mais afetadas em relação ao dólar:
Posição | Moeda | País | Variação |
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1º | Naira | Nigéria | -42,8% |
2º | Libra | Egito | -35% |
3º | Libra Sul Sudanesa | Sudão do Sul | -29,9% |
4º | Cedi | Gana | -20,1% |
5º | Peso Argentino | Argentina | -10,5% |
6º | Iene | Japão | -10,1% |
7º | Real | Brasil | -9,5% |
8º | Lira Turca | Turquia | -8,7% |
9º | Peso Mexicano | México | -8,1% |
10º | Franco Suíço | Suíça | -6,8% |
Alta do dólar: degrau a degrau, aonde vai parar?
A apreensão com os mercados emergentes e a percepção aumentada de risco local resultaram em mais um semana de amargas sessões e desvalorização do câmbio doméstico.
Em apenas dez dias, o dólar já registra um avanço de 2,05% em relação ao real no mês de junho – acumulando uma alta de 10,4% no ano. Com a moeda norte-americana ultrapassando a marca de R$ 5,40, as causas dessa valorização são multifacetadas, envolvendo tanto questões internas quanto externas.
A situação fiscal do Brasil, a política monetária dos EUA e as tensões geopolíticas globais são alguns dos principais fatores que influenciam esse cenário, segundo especialsitas ouvidos pelo BP Money.
Segundo André Colares, CEO da Smart House Investments, um aumento agressivo nas taxas de juros pelo Fed (Federal Reserve), o banco central dos EUA, pode tornar os investimentos em dólar mais atraentes, levando a uma maior demanda pela moeda americana e, consequentemente, sua valorização frente ao real.