O investidor Nelson Tanure pode entrar na disputa pela Sabesp (SBSP3), na oferta que resultará em sua privatização, disseram fontes ao Valor Econômico.
O olhar do empresário está na sinergia com a Emae (EMAE4), arrematada por ele em abril deste ano, no primeiro leilão do governo de Tarcísio de Freitas.
O que tem pesado conta, segundo as fontes, são as “condições pouco usuais do leilão” e “forte oposição política”.
Dada a necessidade de funding, dado o valor que precisará ser desembolsado caso saia vencedor, o comentário nos bastidores é de que poderá ser costurado um consórcio com o braço de investimentos do BNDES, o BNDESPar.
A possibilidade de o BNDESPar entrar na concorrência com um parceiro tem sido monitorada pelo governo paulista há meses, com grande preocupação. Desde o início do processo, já chegaram a circular rumores no mercado de que o banco de fomento entraria com outros sócios, o que não se confirmou.
Com ou sem BNDESPar, a expectativa é que uma eventual oferta de Tanure dificilmente terá demanda na formação do “bookbuilding” (processo de coleta das intenções dos investidores no mercado), segundo fontes envolvidas.
Caso decida entrar na disputa a posição de acionista da Sabesp (SBSP3), Tanure irá competir com Aegea e Equatorial, as duas empresas que seguem interessadas no ativo nesse momento.
O prazo para manifestar interesse no processo se encerrou ontem.
Sabesp (SBSP3) aprova nova política de distribuição de dividendos
O Sabesp (conselho de administração da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) aprovou uma nova política de dividendos, que está aguardando a entrada em vigor do novo estatuto social da empresa.
Essa decisão foi anunciada em um fato relevante divulgado no final da noite de sexta-feira, 14 de junho.
A implementação da nova política e do novo estatuto está condicionada à liquidação da oferta pública de distribuição de ações, conforme aprovado em uma assembleia geral extraordinária realizada em 27 de maio.
Segundo os termos da nova política de dividendos da Sabesp (SBSP3), os acionistas com ações ordinárias terão direito a dividendos crescentes nos próximos anos.
Essa distribuição será escalonada, começando com até 50% do lucro líquido ajustado nos exercícios de 2026 e 2027, aumentando para até 75% nos anos de 2028 e 2029, e chegando a até 100% a partir de 2030.
No entanto, essa distribuição está sujeita a algumas condições, como destinar 5% do lucro líquido de cada exercício para a reserva legal, limitada a 20% do capital social, e garantir um dividendo mínimo obrigatório de 25% do lucro.