O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta terça-feira (18) com alta de 0,41%, aos 119.630,44 pontos. O dólar comercial subiu 0,22%, a R$ 5,43.
Nesta sessão pré-Copom, os ruídos políticos silenciaram rapidamente, permitindo que o setor de commodities lançasse o Ibovespa ao patamar de alta. O avanço do petróleo e do minério de ferro trouxeram ganhos às ações de maior peso no índice, Petrobras (PETR3;PETR4) e Vale (VALE3).
Com as expectativas sobre a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) sobre a Selic (taxa básica de juros), na quarta-feira (19), o meio político ainda chamou atenção, mesmo sem grandes efeitos sobre o Ibovespa.
“Tivemos um discurso do Lula em relação ao Campos Neto, com críticas bem duras, mas não acredito que isso tenha mexido no mercado, que está em compasso de espera pela decisão de taxas de juros amanhã”, comentou Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos.
Para o analista, o Copom deve manter a Selic sem alterações, por conta dos dados da inflação, porém a decisão não deve ser unânime. “O ideal é que seja, mostrando que todos estão em linha”, expressou Cohen.
“Entre as altas, também se destacam empresas do setor de proteína como JBS e BRF, que sobem forte após a China anunciar uma investigação antidumping em relação às importações de carne suína da União Europeia, o que pode beneficiar as companhias daqui”, avaliou.
Além disso, a CSN (CSNA3) disparou após o STJ (Supremo Tribunal de Justiça) decidir pelo direito da empresa a uma indenizaão de R$ 5 bilhões, que deve ser paga pelo Grupo Ternium.
A CSN (CSNA3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 9,07%. Logo atrás, BRF (BRFS3) e CSN Mineração (CMIN3) registraram altas de 5,50% e 3,91%, respectivamente.
Já na ponta negativa, Azul (AZUL4) liderou as perdas, caindo 6,11%. Em seguida, vieram CVC (CVCB3) e Sabesp (SBSP3), com perdas de 4,95% e 2,97%.
Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) valorizam
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) avançaram 3,36% e 3,13%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 1,13%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) que subiu 0,46%. Gerdau (GGBR4) registrou alta de 0,53%. Usiminas (USIM5) valorizou 1,83%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixa de 0,06% e 1,40%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram em movimentos opostos com desvalorização 1,21% e valorização 0,33%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 0,36%. Diferente da Magalu, as ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 4,65%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 2,48%.
Dólar: expectativas sobre juros não abalam moeda
As estimativas quanto à taxa de juros nos EUA também segue em alta. Segundo Cohen, o dólar teve perdas após discurso dos membros do Fed (Federal Reserve).
“Um dos membros falou que, se conseguirem segurar a inflação, os Estados Unidos podem ter duas quedas de juros nesse ano”, completou.
Novos dados econômicos ativaram novamente o ânimo do mercado para a possibilidade de ínicio do ciclo de corte de juros. Isto porque, a produção industrial cresceu 0,9% em maio, enquanto esperava-se 0,3%.
Ao passo que o verejo cresceu apenas 0,1%, enquanto a expectativa era de 0,3%, o que, de acordo com Cohen, fez o mercado acreditar em duas quedas de juros ainda este ano nos EUA.
Em análise do Gráfico DXY, índice do dólar norte-americano, a moeda desvalorizou levemente no país, mais ainda no nível dos US$ 105,28, caindo 0,4% por volta das 16h54 (horário de Brasília).
Índices do exterior fecharam em alta
Os principais índices europeus tiveram desempenhos mistos nesta terça-feira (18). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 0,34%, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 0,76%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,66%. Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq avançaram 0,25% e 0,03%, respectivamente. Já o Dow Jones avançou 0,15%.