Itaú (ITUB4): Setubal diz que não pode ficar em 'posição negacionista' 

O copresidente do conselho de administração do Itaú afirmou que, em seus 100 anos, o banco sempre esteve aberto a entender as transformações do mundo

O copresidente do Conselho de Administração do Itaú (ITUB4), Roberto Setubal, afirmou nesta quarta-feira (19) que, ao longo de seus 100 anos, o banco sempre esteve aberto a compreender as transformações do mundo, tanto tecnológicas quanto concorrenciais, e pretende continuar nesse caminho.

“É importante que a gente continue com essa abertura. Não podemos ficar em posição negacionista de achar que estamos fortes e estamos muito bem”, disse, durante abertura de evento com investidores.

“Estamos em momento de transição, concorrência chegou com novas propostas, mas estamos no caminho certo”, acrescentou.

Grandes desafios do Itaú

Pedro Moreira Salles, também copresidente do conselho de administração do Itaú, afirmou que um dos grandes desafios futuros é o excesso de complexidade. No entanto, ele destacou que o banco tem conseguido lidar com essa questão e melhorar seu índice de eficiência.

“Temos crescido mais que concorrência tradicional, mas abaixo de quem começa com base muito baixa e hoje cresce mais”, disse Salles.

Ele mencionou que há uma tendência geral de considerar os desafios atuais sempre piores que os do passado, mas ressaltou que, ao longo de sua história, o banco “já viu de tudo”.

“Vimos grandes transformações econômicas, políticas, concorrência local, de grandes conglomerados globais, tecnológicas e a gente soube se adaptar”, disse Moreira Salles. “A gente sempre se recusou a ficar parado.”

Maior grupo da América Latina

De acordo com Salles, a instituição se tornou o maior grupo financeiro da América Latina “olhando para o longo prazo”. “A tecnologia trouxe novas possibilidades de modelos de negócio e estamos nos adaptando a isso”.

Setubal acrescentou que o Itaú tem identificado importantes alavancas de crescimento, como o super app para pessoa física, que já incorpora “alguns milhões de clientes”.

“Temos 250 projetos usando inteligência artificial dentro do grupo, maioria voltada à eficiência, mas cada vez mais também nas linhas de receita”, disse Salles. O Brasil, acrescentou, está crescendo “um pouco mais que o imaginado” e, com isso, a instituição tem “um pouco de vento de popa”.