O presidente do Itaú (ITUB4), Milton Maluhy Filho, afirmou nesta quarta-feira (19) que, com as informações disponíveis atualmente, o banco acredita que realizará mais um pagamento extraordinário de dividendos.
“Prefiro ter pagamentos extraordinários recorrentes de dividendos do que definir antecipadamente um payout mais alto”, disse durante um evento com investidores.
Maluhy acrescentou que não deseja manter um capital de 12% apenas “na foto”, mas sim ao longo dos próximos 12 meses.
“A pior coisa é não ter capital no momento que precisa crescer”, afirma Maluhy. Ele também afirmou que a instituição não busca um crescimento de apenas alguns trimestres, mas sim um crescimento de longo prazo.
“Nossa palavra de ordem é crescer com qualidade, não queremos ter ciclo de curto prazo, com crescimento vertiginoso, e depois ficar dois, três anos explicando custo do crédito”, disse em evento com investidores.
Maluhy afirmou que não é possível falar de crescimento sem considerar o cenário macroeconômico.
“As carteiras de crédito têm correlação direta com o PIB. E temos que crescer de forma sustentável.” Ele afirmou ainda que continua confiante para o “guidance” (projeções) para o ano.
Itaú (ITUB4): Setubal diz que não pode ficar em ‘posição negacionista’
O copresidente do Conselho de Administração do Itaú (ITUB4), Roberto Setubal, afirmou nesta quarta-feira (19) que, ao longo de seus 100 anos, o banco sempre esteve aberto a compreender as transformações do mundo, tanto tecnológicas quanto concorrenciais, e pretende continuar nesse caminho.
“É importante que a gente continue com essa abertura. Não podemos ficar em posição negacionista de achar que estamos fortes e estamos muito bem”, disse, durante abertura de evento com investidores.
“Estamos em momento de transição, concorrência chegou com novas propostas, mas estamos no caminho certo”, acrescentou.
Grandes desafios
Pedro Moreira Salles, também copresidente do conselho de administração do Itaú, afirmou que um dos grandes desafios futuros é o excesso de complexidade. No entanto, ele destacou que o banco tem conseguido lidar com essa questão e melhorar seu índice de eficiência.
“Temos crescido mais que concorrência tradicional, mas abaixo de quem começa com base muito baixa e hoje cresce mais”, disse Salles.
Ele mencionou que há uma tendência geral de considerar os desafios atuais sempre piores que os do passado, mas ressaltou que, ao longo de sua história, o banco “já viu de tudo”.