Em ação popular, o PT (Partido dos Trabalhadores) quer que Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central) seja proibido de dar entrevistas e fazer manifestações políticas, segundo apuração do “CNN Brasil”.
O partido, do qual faz parte o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ingressou com a ação na Justiça Federal e acusa Campos Neto de fazer uso político do cargo.
A base para tal foram as declarações públicas feitas pelo comandante do BC recentemente, que, de acordo com o documento, expõem “pretensões políticas que sugerem possível interferência na independência e imparcialidade da condução daquela instituição”.
“A conduta (de Campos Neto) tem evidente teor de direcionamento político-ideológico, o que pode impactar sobre a adequada condução da política monetária e financeira nacional, caracterizando, portanto, ato atentatório à moralidade administrativa e possível conflito de interesses”, consta na ação do PT contra Campos Neto.
Entre os exemplos mencionados pelo PT na ação, estão algumas reportagens, como por exemplo, um texto sobre o registro da hospedagem concedida por Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, a Campos Neto, durante evento na Assembleia Legislativa.
Além disso, na situação, o presidente do BC foi homenageado por deputados estaduais e, em seguida, foi a um jantar no Palácio dos Bandeirantes.
PT alega ‘violação do interesse público’ em ação popular contra Campos Neto
Outra reportagem mencionada foi uma produção da “Folha de S. Paulo”, onde indica que “Campos Neto sinalizou a Tarcísio que aceitaria ser seu ministro da Fazenda se o governador decidir se tornar presidenciável”.
O PT alegou uma violação do interesse público e da moralidade administrativa, com uma “potencial conflito de interesses”.
Outro pedido do Partido de Lula foi que Campos Neto se abstenha de tecer “novos pronunciamentos de natureza político-partidárias, ou ainda que deixe de pronunciar qualquer apoio a candidatura ou pretensão de ocupação de cargo político, enquanto perdurar o exercício do cargo”, de acordo com o “CNN Brasil”.
“Ao anunciar seu apoio a pretenso pré-candidato à presidência da República, mais de 2 (dois) anos antes do pleito eleitoral, além de ostentar sua intenção de ocupar cargo político de ministro de Estado, fica claro que a conduta do requerido se pauta pelo interesse privado, em notória violação aos princípios da moralidade e da impessoalidade”, diz o documento.