Desancoragem

Ata do Copom: política monetária deve permanecer contracionista

Quanto à meta de inflação, o BC destacou que houve elevação das projeções para 2024 e 2025, já que o cenário "se tornou mais desafiador"

BC
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Na ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada nesta terça-feira (25), a autoridade monetária reforçou a preocupação com a curva de inflação e afirmou que, devido a isso, a política monetária deve se manter “contracionista por tempo suficiente”.

Na última reunião, os membros do Copom decidiram, de forma unânime, encerrar os cortes da taxa de juros (Selic), mantendo-a em 10,50% a.a.

Quanto à meta de inflação de 3%, o BC destacou na ata que houve uma nova elevação das projeções de inflação para 2024 e 2025. “O cenário prospectivo de inflação se tornou mais desafiador”, afirmou.

A piora na perspectiva da inflação também foi evidenciada no último Boletim Focus. No relatório divulgado na segunda-feira (24), o IPCA, medidor da inflação, foi elevado a 3,98%, contra projeção de 3,96% na semana passada.

Mercado vê Selic ‘congelada’ em 2024 após decisão do Copom

O comunicado divulgado pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), após decidir manter a Selic em 10,5% em sua reunião de quarta-feira (19), reforçou no mercado financeiro a expectativa de que a taxa básica deverá permanecer nesse patamar até o final do ano.

Essa projeção é compartilhada por 35 das 42 casas consultadas pelo Projeções Broadcast, o que representa 83% das opiniões coletadas.

A decisão unânime dos diretores do colegiado também foi bem recebida pelos agentes do mercado, que acreditam que essa medida pode ajudar a corrigir a “desancoragem” das projeções para a inflação, ou seja, alinhá-las mais próximas da meta oficial de inflação.

“Por ora, reduziu boa parte daqueles ruídos que ficaram da reunião passada”, afirma o sócio e economista sênior da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto.