As apostas online deixaram de ser algo nichado e se tornaram populares entre pessoas de todos os gêneros, faixas etárias e condições sociais.
O boom é tamanho que, em 2023, mais brasileiros participaram das chamadas ‘bets’ ( 14%) do que investiram na Bolsa de Valores (2%), a B3, destacou a Anbima (Associação Brasileira das Entidades de Mercado) em pesquisa.
A discrepância tem levantado preocupações em especialistas, que temem que apostadores – principalmente os mais jovens – estejam encarando as apostas online como modelos de investimento.
Isso, porém, não é verdade. Ao BP Money, o economista Edval Landulfo chamou a atenção para o fato de que, enquanto as apostas são formas de entretenimento, que podem ou não gerar ganhos rápidos, os investimentos são para proteção do patrimônio e demandam tempo.
Apesar disso, Ricardo Santos, cientista de dados especialista em análise estatística para apostas, conta que, na prática, a maioria esmagadora dos jovens encaram as apostas como uma atividade com potencial financeiro de multiplicar a renda.
“Muitos brasileiros, ao serem perguntados se jogam por recreação ou para fazer dinheiro, irão responder a primeira opção, mas essa resposta vem por medo de preconceito, posso garantir. Seja buscando R$ 200 por mês ou R$ 1 milhão, a grande maioria dos jovens encaram apostas esportivas como uma atividade com potencial financeiro de multiplicação de capital”, afirmou Santos.
Ascenção das apostas online e regulamentação
O fácil acesso às plataformas e sites de apostas é um dos fatores que contribui para o aumento do número de apostadores, avaliou Ricardo. A busca por oportunidades de rendas secundárias também movimenta o interesse das pessoas.
“Isso vai desde pessoas em cidades bem afastadas de centros e com poucas oportunidades de trabalho até empresários milionários que enxergaram oportunidade de diversificar”, pontuou o especialista.
Com a regulamentação – já aprovada – a tendência de crescimento é certa, garante Santos. Isso porque as apostas vão ganhar ainda mais visibilidade, mais publicidade e até mesmo pontos físicos instalados pelo país, como prevê a lei.
Mas o crescimento do mercado vai além da quantidade de apostadores, explicou o especialista.
“A expectativa do setor é que a quantidade de apostas, ou seja, o volume médio apostado por jogador, aumente, pois a regulamentação brasileira foi boa, e isso pode incentivar apostadores a permanecerem dentro do país e sair do mercado não regulado”, destacou o cientista de dados.