Corte de gastos

Lula: "farei os ajustes fiscais, mas não em cima dos pobres"

Na quarta-feira (26), o presidente disse que o governo estava avaliando se era necessário cortar gastos ou aumentar a arrecadação

Lula
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta sexta-feira (28), que fará qualquer ajuste fiscal necessário, mas garantiu que “não será em cima do povo trabalhador, do povo pobre”.

Lula afirmou ainda que quer que a economia, o salário e a renda cresçam.

“Agora mesmo estão dizendo ‘ah, é importante ter uma preocupação de fazer um ajuste fiscal, o salário mínimo está ficando muito alto’. Que salário mínimo alto? O mínimo é o mínimo, gente”, disse Lula.

Na quarta-feira (26), o presidente questionou se era necessário cortar gastos ou aumentar a arrecadação.

“O que estamos fazendo agora é verificar se há alguma área com gasto exagerado, mas sem nervosismo do mercado”, disse o presidente em entrevista ao UOL.

Lula: “Queria fazer ajuste fiscal na rentabilidade dos banqueiros”

Em mais um discurso inflamado e direcionado à militância, como tem sido frequente nos últimos dias, o  presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar, nesta sexta-feira (28), as pressões do mercado para que seu governo promova um ajuste fiscal e reduza as despesas públicas.

Ao lado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e de vários ministros, Lula participou da cerimônia de anúncio de investimentos do governo federal em Minas Gerais, focados nas áreas de energia e educação.

Em seu discurso, Lula novamente descartou a possibilidade de desvincular pensões e benefícios como o BPC (Benefício de Prestação Continuada) da política de aumentos reais do salário mínimo.

“Gente do céu, o mínimo é o mínimo. O nome já diz. Como eu posso discutir fazer ajuste fiscal em cima do mínimo do mínimo? Eu queria fazer ajuste fiscal na rentabilidade dos banqueiros deste país, que ganham dinheiro especulando na Bolsa de Valores todos os dias. Não vou mexer nas pessoas mais humildes”, afirmou o presidente, arrancando aplausos do público.

“Eu já tinha sido presidente, mas eu queria voltar para ensinar uma lição às pessoas que não gostam da gente. Este país sempre foi governado para apenas 35% da população, não chegava a 40%. O pobre só era enxergado em época de eleição”, continuou Lula.

“Nós resolvemos incluir o povo neste País. Ninguém é pobre porque quer ser pobre.”