O BTG Pactual (BPAC11) nega “veementemente” ter sugerido à Americanas (AMER3), em processo de recuperação judicial, quaisquer soluções ou operações de crédito que não estejam alinhadas com a legislação em vigor ou as melhores práticas de mercado.
O posicionamento do banco surge em resposta às informações veiculadas pela imprensa na sexta-feira (28), que indicavam que tanto o BTG quanto o Daycoval estariam solicitando contrapartidas da Americanas em um suposto esquema envolvendo verbas de propaganda.
As fontes da notícia são o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal.
O BTG reafirma, em comunicado ao mercado, que como amplamente conhecido, adiantou créditos à Americanas que foram devidamente registrados em suas informações contábeis e reportados à Central de Risco do Banco Central do Brasil.
O BTG Pactual enfatiza que, até a revelação dos fatos pela Americanas em janeiro de 2023, desconhecia qualquer prática ilegal e/ou fraudulenta realizada pela varejista e seus representantes.
O banco ainda destaca que possuía uma exposição creditícia significativa à época dos eventos.
Americanas (AMER3): Ex-CEO pedia balanços fraudados em pendrive
O Ministério Público Federal (MPF) afirma ter encontrado provas “inequívocas” da participação de Miguel Gutierrez, ex-CEO das Lojas Americanas (AMER3), nas fraudes destinadas a manter as ações da rede varejista em alta.
Gutierrez foi preso na sexta-feira (28) em Madri, na Espanha. A defesa, no entanto, alega que ele não tinha conhecimento do esquema.
O executivo é identificado na investigação como o principal responsável pela manipulação dos resultados contábeis da empresa. De acordo com o MPF, ele tinha a palavra final sobre os números supostamente inflacionados que eram apresentados ao conselho de administração e ao mercado.
“Os demais investigados faziam referências a ordens diretas de Miguel Gutierrez e, por vezes, tratavam diretamente com ele sobre a fraude”, afirma o Ministério Público.
As fraudes eram realizadas ao final de cada trimestre para alinhar os resultados reais com as expectativas do mercado. O esquema teria como base documentos chamados de “verdes e vermelhos”.
Os investigadores descobriram que o executivo preferia receber a maior parte dos arquivos em pendrive “para se resguardar”, mas mensagens recuperadas confirmam que ele teve acesso aos resultados fraudulentos.