O dólar começou a primeira semana de julho em disparada, na segunda-feira (1º) fechou com salto de 1,14%, e na sessão desta terça-feira (2) já se aproxima dos R$ 5,70, subindo 0,72%, por volta das 14h40 (horário de Brasília). Mas porque a moeda tem se comportado assim?
O dólar já subiu cerca de 15% no primeiro semestre deste ano. As incertezas com o quadro interno tem pressionado cada vez mais o real, em um reflexo do humor dos agentes do mercado com o governo, sobretudo desde a mudança da meta fiscal de 2025.
Anteriormente, a equipe econômica esperava um superávit primário de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto), mas a alteração realizada em abril projetou novos resultados com um déficit zero no período.
Além disso, o fato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se comportar de maneira resistente a um corte nos gastos públicos não tem surtido um bom efeito sobre o mercado, de acordo com o “Valor”.
Em paralelo a isso, um novo ponto que prende a atenção do mercado é a escolha do novo presidente do BC (Banco Central), que substituirá o atual mandatário, Roberto Campos Neto, no ano que vem. Lula deve indicar um nome ao cargo até o final do ano, mas as opções cogitadas até o momento não agradaram o mercado.
Existem temores quanto a maior leniência com a inflação, uma vez que o BC alcance a maioria de indicados pelo governo. O presidente Lula tem tecido, constantemente, críticas à postura da autoridade monetária em não cortar a Selic (taxa básica de juros), que segue em 10,50% ao ano.
Política monetário dos EUA também ajudam dólar
No cenário externo, o Fed (Federal Reserve), banco central dos EUA, tem se mantido firme na decisão de adiar o relaxamento da política monetária e iniciar o ciclo de corte de juros do país.
Esse fator enxuga a liquidez de outros mercados financeiros, como no caso do Brasil, caindo de forma negativa sobre o real.
Adicional a isso, as eleições presidenciais norte-americanas estão cada vez mais próximas e geram muitas incertezas.
Em novembro o povo dos EUA deve ir às urnas eleger seu próximo mandatário, com a corrida acirrada entre Joe Biden e Donald Trump, sendo assim, o dólar deve seguir em alta, com os mercados voláteis.