Dólar

BC tem autonomia para atuar no câmbio como entender, diz Haddad

Ministro também destacou que Lula tem a responsabilidade fiscal como um compromisso de vida

Fernando Haddad sobre BC
Haddad / Foto: Agência Brasil/ Marcelo Camargo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quarta-feira (3) que a diretoria do Banco Central (BC) possui autonomia para tomar as medidas que considerar adequadas em relação ao câmbio, sem qualquer orientação contrária por parte do governo.

“A diretoria lá (do BC) tem autonomia para atuar como entender conveniente. Não existe outra orientação”, disse Haddad em entrevista a jornalistas no Planalto após evento do lançamento do Plano safra para a Agricultura Familiar deste ano.

O ministro reafirmou declarações anteriores, expressando a convicção de que o dólar vai se estabilizar devido a “todas as medidas que estamos implementando e os resultados que estamos obtendo”.

Mais cedo, a moeda chegou a recuar 2% em relação ao real.

Os novos atritos entre o Planalto e o BCl, após críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à atuação do chefe da autarquia, Roberto Campos Neto, e a ausência de anúncios sobre a revisão de gastos pelo governo, geraram preocupação no mercado e levaram o dólar a atingir sua maior cotação desde janeiro de 2022, na terça-feira.

O ministro enfatizou que Lula considera a responsabilidade fiscal um compromisso de vida.

Fitch: ruídos não são saudáveis em ano de troca no comando do BC

Todd Martinez, codiretor de rating para Américas da Fitch Ratings, agência de classificação de risco, afirmou que “ainda vê pragmatismo na gestão econômica” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

O executivo da Fitch ressaltou que a reforma tributária foi um marco importante para melhorar o patamar de atividade do Brasil. Além disso, o governo também “mostra desconforto com a gestão da política monetária, mas não interfere nela”.

Porém, Martinez indicou que a postura de Lula com as críticas constantes a Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central) “gera ruídos, que não são saudáveis em ano que ocorrerá a troca de liderança do BC”.

“Apesar de muitos ruídos”, o Poder Executivo “apresenta pragmatismo” para conduzir o País, disse o codiretor da Fitch, durante webinar da agência, de acordo com o “InfoMoney”.

Segundo ele, a Fitch ter mantido o rating do Brasil em “BB”, na semana passada, visando uma perspectiva estável, indica “o pragmatismo da política (econômica), mas alguma piora na área fiscal”.