O que esperar  no segundo semestre?

ECONOMINA BRASILEIRA

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Divulgada pelo Banco Central (BC) na manhã da segunda-feira (1), a edição mais recente do Relatório Focus mostrou uma nova elevação nas projeções de inflação

O aumento dos preços esperado para 2024 agora avançou para 4,00%, levemente acima dos 3,98% da edição da semana anterior.

Há quatro semanas, a projeção era de 3,88%. A expectativa da taxa de câmbio para dezembro também aumentou

Agora está em R$ 5,20, acima dos R$ 5,15 da semana anterior e dos R$ 5,05 de há quatro semanas.

A elevação das estimativas para a inflação e para a cotação do dólar mostra uma continuidade do que o BC vem chamando de “desancoragem das expectativas”

A convicção dos analistas é de que o IPCA seguirá subindo, apesar de o BC ter interrompido a trajetória de corte de juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de junho.

De acordo com José Cláudio Securato, presidente da Saint Paul Escola de Negócios, a expectativa para o segundo semestre deste ano é de volatilidade no câmbio e na bolsa de valores.

“Essa alta variação se deve ao cenário internacional, já que o ambiente externo é desfavorável a todos os países emergentes, não só o Brasil. O início do ciclo de queda dos juros americanos vem sendo postergado a cada encontro do Federal Reserve (FED).”

Ou seja, as taxas americanas vão demorar mais tempo para cair e devem cair menos do que se esperava no começo do ano

“Dessa forma, ocorre uma sobrecarga nos resgates dos investimentos internacionais no Brasil, gerando uma alta saída de dólares do país”, afirma o especialista

Além disso, Securato diz que a crise fiscal é o fator de risco que o governo não consegue reduzir. As autoridades estão com dificuldades para apresentar uma proposta que, de fato, corte os gastos para equilibrar as contas públicas.

 Para aprofundar o problema, nas últimas semanas Lula tem criticado a autonomia do BC, a taxa de juros e a cotação do dólar.

“Essas críticas, e a expectativa de intervenções governamentais no mercado foram decisivas para piorar as expectativas dos próximos meses”, diz.