A BRK e a Elera, empresa de geração de energia do grupo canadense Brookfield, estabeleceram uma parceria na qual a BRK adquirirá 48 megawatts (MW) de capacidade do complexo solar Janaúba para consumo próprio de 2025 a 2039.
Isso corresponde a um volume de 119.533 megawatt-hora por ano, o suficiente para abastecer cerca de 57 mil residências anualmente.
Este acordo segue o modelo de autoprodução por arrendamento, no qual o consumidor atua como sócio do empreendimento que vai fornecer a eletricidade.
“Nosso objetivo é auxiliar tanto o setor de saneamento como outros setores a descarbonizar a respectiva matriz energética de forma competitiva, especialmente aqueles intensivos no consumo de energia elétrica”, diz a diretora comercial e marketing na Elera, Natascha Padis.
No último ano, a Elera estabeleceu acordos com outras duas empresas do setor: a Iguá, para adquirir 50 MW de capacidade de 2024 a 2038; e com a Águas do Rio, para 100 MW no mesmo período. Embora não tão intensivo em energia quanto cimenteiras, mineradoras e petroquímicas, o segmento de saneamento básico no Brasil tem impulsionado o crescimento do mercado livre de energia ou da autoprodução, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
As indústrias mais intensivas em eletricidade já operam no mercado livre ou na autoprodução há anos, mas foi a partir de 2020 que as operadoras de saneamento começaram a migrar mais significativamente para esses modelos, coincidindo com o novo marco regulatório do saneamento básico e a privatização das concessionárias de energia.
Além de buscar redução de custos e maior eficiência operacional, especialmente considerando a eletricidade como um dos principais insumos, as empresas têm optado por energia renovável para suas operações.
No caso da autoprodução, há também isenção de alguns encargos, o que aumenta a competitividade das empresas que adotam esse modelo. No entanto, os custos do sistema permanecem os mesmos, sendo distribuídos entre os demais consumidores.
Eletrobras (ELET6): venda de térmicas atrai Brookfield, Âmbar e Eneva
A venda de térmicas da Eletrobras (ELET3;ELET6) atraiu interessados de peso. De acordo com o Estadão/Broadcast, a canadense Brookfield, a empresa de energia Âmbar, do grupo J&F, e a Eneva estão foram atraídas pela possibilidade da compra. O negócio é estimado em R$ 8 bilhões.
O grupo que passou para a segunda etapa de disputa conta com ao menos cinco nomes. Nesta etapa, os candidatos fazem uma nova análise dos dados para lançarem as chamadas ofertas vinculantes, aquelas que atrelam um preço firme pelo ativo e na qual também têm mais acesso a informações financeiras e estratégicas. A venda está sendo assessorada por um dos gigantes de Wall Street, o Morgan Stanley.
Após a fase vinculante, tem início as conversas finais. A expectativa é que o fechamento do negócio, que depende da aprovação de reguladores, aconteça este ano. A base de dados disponibilizada recebeu bastante visitas, o que foi um termômetro importante para o interesse no negócio.