Apesar da volatilidade do dólar, Caio Megale, economista-chefe da XP, reforçou que a casa não acredita que a moeda chegará ao patamar de R$ 6,00.
Para o especialista, do início de 2024 até os dias atuais, as expectativas para a cotação do dólar aumentaram, especialmente com a deterioração do fiscal e as alterações nas estimativas de inflação e de juros. Contudo, isso não é suficiente para que as projeções se aproximem dos R$ 6,00.
“A nossa projeção do dólar saiu de R$ 5 para R$ 5,40, o que tem muito a ver com a condução da política econômica – tanto fiscal quanto monetária. No momento em que as variáveis chegam em dúvida, meta fiscal do arcabouço, meta de inflação, a temperatura política subiu exacerbadamente; fica a dúvida se vamos ter uma ‘atropelada política’”, disse Megale, de acordo com o “Suno”.
“Existe uma parte da projeção que fica [mais alta], mas não subimos para R$ 5,70. Não achamos que vai para R$ 6”, acrescentou.
Dólar desvaloriza mais de 1% após falas de Powell
Apagando os ganhos que teve na véspera, o dólar fechou a sessão desta terça-feira (9) em queda de 1,12%, a R$ 5,41. O movimento vem após o discurso do presidente do Fed (Jerome Powell) diante do Congresso dos EUA.
Powell falou sobre os dados econômicos do país norte-americano, que se mostram mais aquecidos, enquanto o Fed deve pesar os riscos das perspectivas econômicas, antes de tomar uma decisão quando a iniciar o ciclo de corte na taxa de juros.
No quadro nacional, a sessão teve baixa liquidez devido ao feriado da Revolução Constitucionalista de 1932, em São Paulo, onde funciona a B3. No entanto, a Bolsa manteve as operações e os investidores têm mostrado mais apetite ao prêmio de risco no Brasil, movimento que começou na semana passada.
Em outros países do exterior, as falas de Powell, na verdade, levaram o dólar à alta.