A vacina Spin-TEC, primeira 100% brasileira contra a covid-19, está em “fase avançada”, garantiu a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
Segundo a pasta, a fase de testes clínicos – a última de produção do imunizante – deve iniciar ainda este ano.
“O CNVacinas tem uma importância estratégica para o país porque aqui tratamos de pesquisa e desenvolvimento de vacinas, novos fármacos e insumos. A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e o CNVacinas já estão numa fase mais avançada da vacina contra a covid-19. E há pesquisas sendo realizadas para dengue, leishmaniose e malária. Que são desafios brasileiros para responder às demandas das doenças locais”, destacou a ministra, em visita às obras do CNVacinas, em Belo Horizonte (MG).
O Centro Nacional de Vacinas será o primeiro complexo nacional usado para pesquisas e fabricação de insumos farmacêuticos, sendo capaz de executar todas as etapas para o desenvolvimento de vacinas. As obras devem ser finalizadas em 2026.
A ministra destacou os editais que serão lançados pelo Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia (FNDCT) junto à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) que podem contribuir para o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação local.
“Nós estamos fazendo os últimos editais dos recursos do Fundo deste ano que serão de R$ 12,8 bilhões, uma conquista deste novo ciclo da retomada da ciência no país feita pelo presidente Lula de recompor integralmente o FNDCT, e Minas Gerais está dentro desses editais que fomentam as políticas públicas da ciência no país”, avaliou Luciana Santos.
Vacina brasileira contra covid-19 é “mais efetiva”, acreditam pesquisadores
As pesquisas para o desenvolvimento da vacina foram iniciadas em novembro de 2020. O antígeno (substância que desencadeia a produção de anticorpos) da SpiN-Tec inclui duas proteínas do vírus SARS-CoV-2, causador da COVID-19. Uma é a proteína Spike (S) e a outra é a do nucleocapsídeo (N), o que explica o nome SpiN.
“As vacinas contra a COVID-19 em uso geram respostas de anticorpos neutralizantes. Já a SpiN-Tec foi desenvolvida para induzir resposta dos linfócitos-T, ou seja, ela gera uma resposta contra várias partes da molécula do vírus, e não apenas contra um de seus segmentos, como ocorre com as vacinas atuais”, explica Ricardo Gazzinelli, coordenador do projeto e do CTVacinas da UFMG, também pesquisador da Fiocruz.
Por essa particularidade, os pesquisadores acreditam que a SpiN-Tec seja mais efetiva que as vacinas atualmente disponíveis no Brasil contra variantes do SARS-CoV-2, como a ômicron e subvariantes.
O imunizante também tem alta estabilidade, o que possibilita que seja mantido a 4 °C, como outras vacinas, e facilita a distribuição para lugares longínquos.