Déficit zero

Lula diz que ‘não é obrigado a estabelecer meta e cumpri-la’

Mesmo com a afirmativa, o presidente Lula reforçou que fará o “necessário para cumprir o arcabouço fiscal”

Lula
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)/ Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que “não é obrigado a estabelecer meta [fiscal] e cumpri-la”, caso haja “coisas mais importantes para fazer”. A declaração foi feita em entrevista à TV Record.

A fala de Lula também vem após um período de disputa que parecia ter se pacificado dentro do governo sobre o objetivo da União em cumprir a meta de déficit zero já anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), em contraponto ao ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT).

“É apenas uma questão de visão. Você não é obrigado a estabelecer uma meta e cumpri-la se você tiver coisas mais importantes para fazer. Esse país é muito grande, esse país é muito poderoso. O que é pequeno é a cabeça dos dirigentes desse país e a cabeça de alguns especuladores”, disse o presidente, de acordo com o “Valor”.

“Esse país não tem nenhum problema se é déficit zero, se é déficit 0,1%, se é déficit 0,2%. Não tem nenhum problema para o país. O que é importante é que esse país esteja crescendo, que a economia esteja crescendo, que o emprego esteja crescendo, que o salário esteja crescendo”, acrescentou.

Por outro lado, o presidente destacou que fará o “necessário para cumprir o arcabouço fiscal”, que prevê déficit zero.

“Vamos fazer o que for necessário para cumprir o arcabouço fiscal. Eu dizia na campanha que íamos criar um país com estabilidade política, jurídica, fiscal, econômica e social”, disse ele.

“Essa responsabilidade, esse compromisso — posso dizer para você como se estivesse dizendo para um filho meu, para a minha mulher —, responsabilidade fiscal eu não aprendi na faculdade, eu trago do berço”, concluiu.

Lula defende regulação “urgente” das big techs: “não pagam imposto”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta terça-feira (16), a regulação “urgente” das big techs – gigantes da tecnologia. Segundo Lula, o governo deve enviar ao Congresso um projeto de lei em caráter de urgência ou uma medida provisória para tratar do tema.

“Eu sou a favor de que a gente tenha uma regulação. Uma regulação urgente porque essas empresas não pagam imposto no Brasil. Essas empresas ganham bilhões de publicidade, essas empresas têm muito lucro com a disseminação do ódio nesse país e no mundo inteiro. Então, eu acho que nós temos que tomar uma decisão”, disse Lula à Record.

O presidente defendeu que o tema seja levado aos fóruns internacionais, como as Nações Unidas, o G20, os Brics e o G7, a fim de encontrar “uma saída coletiva”, pois “o mundo está em risco” com a disseminação desses conteúdos.