A equipe econômica observa a alteração no comando do BC (Banco Central) como uma espécie de segunda transição no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A primeira ocorreu quando Lula foi eleito, em 2022, e começou a definir seu ministério e medidas econômicas.
Bem como naquela época, as incertezas sobre o arcabouço têm seu custo. Um auxiliar do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), avaliou que o preço dessa segunda transição — a mudança no comando do BC — tem se refletido nos ativos e atribuiu parte da alta do dólar à indefinição no comando do BC.
Com isso, antecipar a indicação do sucessor de Roberto Campos Neto, então presidente da autarquia, seria, nesse contexto, um esforço para reduzir o preço embutido nessa troca, além de dar sinalizações importantes sobre o futuro da política monetária do Brasil.
Na avaliação de pessoas próximas a Haddad, atualmente não há uma orientação clara nesse sentido, o que elimina os receios dos agentes do mercado financeiro com a possibilidade de um BC mais ameno no combate à inflação em 2025. Isso se reflete na piora das expectativas de inflação e, consequentemente, na trajetória dos juros.
Para amenizar a transição, Campos Neto defende que o governo Lula indique seu sucessor entre agosto e outubro. Segundo o “Valor”, a decisão final fica a cargo do presidente da República.
O mandato de Campos Neto encerra em 31 de dezembro.
Apagão global: BC informa que sistemas funcionam normalmente
O Banco Central comunicou, através de sua assessoria de imprensa, que todos os seus sistemas estão “operando normalmente” na sexta-feira (19), após o apagão cibernético que afetou serviços bancários e de comunicação globalmente.
A interrupção dos serviços foi atribuída a uma atualização nos sistemas da empresa de segurança cibernética CrowdStrike, que afetou a Microsoft.
Clientes relataram dificuldades ao acessar os aplicativos dos bancos brasileiros.