Os primeiros dados de maio e junho possibilitam avaliar que as enchentes no Rio Grande do Sul terão um estrago menor que o esperado sobre o PIB (Produto Interno Bruto) no segundo semestre e também ao longo do ano.
Além disso, as enchentes combinadas à força do mercado de trabalho e do crédito, que seguiu expandindo, possibilitaram enxergar um desempenho melhor da atividade em 2024.
O quadro só não é melhor porque as baixas expectativas fiscais devem manter sob alerta a política monetária, impedindo que a economia brasileira usufrua da melhora do cenário internacional que se desenha neste momento e também põem em discussão a queda da taxa de juros.
A edição de julho do Boletim Macro do FGV IBRE (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) traz uma revisão para cima das projeções de atividade. Para o segundo trimestre, a projeção de avanço foi de 0,5% para 0,7% na comparação com o período anterior. Para o ano, a estimativa foi de 2,0% para 2,2%.
“Os dados de maio vieram um pouco melhor que o esperado. Acreditávamos em um impacto maior das chuvas no Rio Grande do Sul, mas não apenas este parece não ter acontecido, como também as demais regiões do país tiveram desempenho acima, com destaque para os serviços e a forte retomada da indústria de transformação”, disse, de acordo com o “Valor”, a coordenadora do boletim, Silvia Matos.
Indústria: recuo em maio foi potencializado por enchentes no RS
O movimento de recuo da indústria brasileira, comum ao mês de maio, foi agravado pelas enchentes no estado do Rio Grande do Sul (RS), disse a CNI (Confederação Nacional das Indústrias) na Sondagem Industrial, divulgada nesta quarta-feira (19).
No mês passado, o índice de evolução da produção industrial atingiu 47,4 pontos, ficando abaixo da linha média de 50, após dois meses de avanço da produção. Esse indicador tinha sido de 51,2 em abril e de 51 em março.
Na região sul, o índice atingiu 39,6 pontos em maio devido às fortes chuvas. Também houve recuo na produção do Sudeste, embora em menor magnitude.