O banco JP Morgan apontou que o este ano tem sido de queda significativa das ações do setor varejista brasileiro. Isto por conta das tendências desanimadores e dos ruídos quanto à questão fiscal, que pressionam as empresas domésticas e alavancas.
Com avaliações próximas das mínimas históricas, a maioria das varejistas têm negociados entre 9 vezes e 13 vezes o P/L (Preço/Lucro) estimado para 2025.
Porém, mesmo acreditando que a assimetria de risco para o setor seja favorável no médio prazo, o JP Morgan vê que as discussões de valuation para a maioria das empresas são secundárias no curto prazo e os focos devem ser: o momentum, o nível de alavancagem, a geração de fluxo de caixa livre, a visibilidade dos lucros e o posicionamento no mercado.
Sendo assim, os analistas do JP Morgan recomendam a exposição de curto prazo pelas Lojas Renner (LREN3) e Natura&Co (NTCO3), à espera de revisões ascendentes nos lucros por ação.
Além disso, o banco também expressou gosto pelas ações da RD Saúde (RADL3) e da Smart Fit (SMFT3), pelo avanço sólido, visibilidade e resiliência.
Confira mais detalhes das recomendações do JP Morgan
Lojas Renner (LREN3)
Os analistas veem o encerramento do ciclo de revisão para baixo, mesmo que o crescimento futuro do lucro por ação não seja particularmente atraente, ainda há espaço para uma revisão em alta de cerca de 10% do LPA para 2025.
Para o JP Morgan, a empresa entra no 32º semestre de 2024 com uma execução fortalecida, com níveis de remarcação mais baixos, favorecimento da margem bruta, além da “bons ventos” de despesas gerais e administrativas quanto à eliminação do processo de transição de centro de distribuição e iniciativas de eficiência.
Natura&Co (NTCO3)
O JP Morgan espera que a volatilidade do curto prazo permaneça elevada enquanto a integração dos produtos da Avon na plataforma da Natura LatAm for implementada em toda a América Latina.
Mas o banco enxerga mais clareza para 2025, uma vez que os benefícios da Onda 2 – a citada integração com a Avon – impactam totalmente o balanço e os custos de transformação diminuam.
Vivara (VIV3)
Com recomendação de compra, o JP Morgan considera que a empresa tem um modelo de negócios sólido, com significativa vantagem de escala em um mercado com poucos concorrentes relevantes.
Além disso, há a baixa alavancagem e as boas perspectivas de crescimento de lucro por ação. Porém, as questões de governança que levaram a mudanças também na liderança e na gestão devem continuar a pesar no curto prazo, pois obscurecem a visibilidade do médio prazo na estratégia.
“Vemos espaço para uma revisão positiva do lucro por ação consensual na Vivara, mas boa parte disso tem a ver com o retorno da subvenção fiscal do ICMS ao resultado. E, apesar das questões de governança, a empresa provavelmente continuará imprimindo os melhores resultados no setor”, avalia o JP Morgan.
Smart Fit (SMFT3)
É um dos valuations atípicos, no entanto justifica por sua resiliência intrínseca, vinda do modelo de negócios, diversificação geográfica e elevada fatia de mercado. Além disso, há a boa visibilidade dos lucros e as perspectivas sólidas de crescimento.
O JP Morgan também tem recomendação de compra para a RD Saúde (RADL3) e para o Assa[i (ASAI3). Enquanto a Alpargatas (ALPA4), Carrefour (CRFB3), Magalu (MGLU3) tem indicações neutras e a Pague Menos (PGMN3) tem recomendação de venda.