Falência

Rede de mercados fecha lojas após dívida milionária

O Supermercado Soares entrou com pedido de recuperação judicial, que já foi aceito, mas ainda não apresentou o plano de pagamento

Rede de supermercados fecha unidades recuperação judicial
Foto: Unsplash

A rede de Supermercados Soares, em Campo Grande (MT), fechou, este mês, a último unidade do negócio, após decretar uma dívida de R$ 8,4 milhões e entrar com pedido de recuperação judicial, que já foi aceito pelo juiz José Henrique Neiva Carvalho e Silva da Vara Regional da Falências, Recuperações Judiciais e de cartas precatórias cíveis em geral.

O supermecado foi aberto em 2016 e apresentou crescimento muito rápido durante a pandemia, chegando a ter seis unidades nos bairros de Campo Grande.

O negócio era administrado por Zulene Aparecida Soares Eireli e Thiago Soares, mãe e filho. Conforme processo, as seis lojas chegaram a faturar R$ 7 milhões por mês e teve 200 funcionários no ano de 2022.

Antes de ter o pedido de recuperação judicial aceito, a empresa chegou a ter parte do estoque imobilizado para arcar com uma dívida de fornecedor. Além disso, a rede de supermercados acumula dezenas de processos individuais com pedido de execução de dívidas impetrados ao longo dos últimos anos.

Só uma rede de atacados, fornecedora do Supermercado Soares, executou a empresa em R$ 790 mil. Ao todo, são 200 credores.

O plano de pagamento, que deve ser fornecido pela empresa após o aceite do pedido de recuperação judicial, ainda não foi apresentado. Desde o ano passado a suspensão das dívidas foi adiada por mais duas vezes.

Neste meio tempo, houve dezenas de manifestações de credores contestando o requerimento de recuperação judicial, não acolhidos pelo juiz por diferentes motivos.

Ex-funcionários relatam prejuízos após rede de mercados fechar unidades

Um ex-gerente do Supermercado Soares que não quis se identificar relatou ao Campo Grande News que tem cerca de R$ 10 mil para receber.

“Como eu era do setor de comprar eu sabia que uma hora ia travar tudo, a conta não fechava. Até hoje eu recebo ligação de empresas que a rede ficou devendo”, disse o ex-funcionário.

Um especialista em merchadising que trabalhava prestando serviço ao supermercado, contou que chegou a contratar uma equipe de 30 pessoas para auxiliá-lo nas demandas.

“Estou com uma dívida de R$ 60 mil, porque fiz empréstimos para pagar minha equipe. Agora não sei como vou fazer para pagar. Preciso trabalhar muito, porque deles acho que não recebo tão cedo”, contou.