O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse nesta segunda-feira (29), que “não se discute mais a impossibilidade de cumprir a meta”. O político evitou confirmar se o governo precisará fazer mais congelamentos no Orçamento de 2024, além dos R$ 15 bilhões já anunciados, para cumprir a meta fiscal de déficit zero para o ano.
Enquanto falava sobre a sugestão do mercado sobre um congelamento adicional, Ceron destacou que houve progresso nas discussões sobre a meta fiscal desde o início do ano.
“Estamos em um novo patamar de discussão. Não se discute mais a impossibilidade de cumprir a meta fiscal. Agora, a questão é se talvez sejam necessários mais R$ 15 bilhões, dependendo das estimativas de mercado”, afirmou Ceron, segundo a CNN.
“A discussão agora é sobre o quão próximo estamos de atingir essa meta”, continuou.
O governo federal já confirmou a contenção de R$ 15 bilhões dos orçamentos dos ministérios, na intenção de reduzir a projeção do déficit primário do governo central este ano para R$ 28,8 bilhões, exatamente o limite inferior da margem de tolerância da meta de déficit zero.]
Congelamento de R$ 15 bi ainda é insuficiente para meta fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antecipou, na última quinta-feira (18), um congelamento de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024 para o cumprimento do arcabouço fiscal.
Do montante, R$ 11,2 bilhões serão bloqueados e R$ 3,8 bilhões, contingenciados. Ambas as alternativas representam cortes temporários.
O anunciado gerou boas reaçoes no mercado, mas especialistas ouvidos pelo BP Money sinalizaram que a medida ainda é insuficiente para atingir a meta de déficit zero.
“Me pergunto se isso será suficiente para cumprir o arcabouço fiscal. Esse congelamento é um bom começo, mas por si só pode não resolver nossos problemas fiscais”, afirmou André Sandri, sócio da AVG Capital e fundador do EDUCA$.
De acordo com Jefferson Laatus, chefe-estrategista do grupo Laatus, embora o anúncio de congelamento de R$ 15 bilhões “seja positivo”, a expectativa do mercado era de um corte de R$ 25 bilhões.