Saldo anual segue negativo

Estrangeiros voltam a alocar no Ibovespa em julho 

Esse foi o primeiro mês do ano com superávit no fluxo de capital estrangeiro no mercado secundário

Foto: pexels
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Após um período de saques significativos no primeiro semestre, investidores estrangeiros aportaram um total líquido de R$ 3,55 bilhões na bolsa brasileira em julho, conforme dados da B3

Esse foi o primeiro mês do ano com superávit no fluxo de capital estrangeiro no mercado secundário, ou seja, em ações já negociadas. 

Apesar dessa entrada, o saldo anual permanece amplamente negativo, com um déficit de R$ 36,57 bilhões.

As expectativas de que o Federal Reserve (Fed) pudesse iniciar cortes nas taxas de juros em setembro impulsionaram esse movimento em julho, um cenário quase confirmado pelo presidente do Fed, Jerome Powell, em 31 de julho. 

Na última sexta-feira (2), após a divulgação de dados econômicos mais fracos do que o esperado, incluindo o relatório de empregos de julho, a probabilidade de uma redução de 0,5 ponto percentual nas taxas de juros em setembro aumentou significativamente.

Expectativas de corte de juros nos EUA

Na última quarta-feira (31), dia da reunião do Fed, que sinalizou uma possível redução dos juros em setembro, os investidores estrangeiros injetaram R$ 93,9 milhões na bolsa brasileira, contribuindo para uma alta de 1,20% no Ibovespa. 

Em contraste, os investidores institucionais retiraram R$ 4,6 milhões e os investidores individuais sacaram R$ 104,1 milhões. 

Augusto Lange, gestor de ações e sócio da Neo Investimentos, expressa otimismo quanto à possibilidade de que o início do ciclo de cortes de juros americanos aumente a entrada de capital estrangeiro no Brasil, mas destaca que certas condições precisam ser atendidas para que isso aconteça.

Os dados do “payroll” dos EUA divulgados ontem trouxeram pessimismo para os mercados globais. 

A criação de apenas 114 mil empregos em julho, bem abaixo da previsão de 180 mil, e o aumento inesperado da taxa de desemprego de 4,1% para 4,3% intensificaram as preocupações sobre um “pouso forçado” da economia americana. Esse cenário de possível recessão nos EUA pressionou os ativos de risco.