As decisões de juros no Brasil e nos EUA foram o destaque da semana, apesar de ambas as economias manterem suas taxas inalteradas.
Nos EUA, os dados do mercado de trabalho e as interpretações do discurso de Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve), reforçam a expectativa de um corte de juros na próxima reunião.
Já no Brasil, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) indicou a possibilidade de aumentar as taxas, dependendo do comportamento da inflação.
“O Comitê enfatizou a necessidade de ‘ainda maior cautela na condução da política monetária’ e destacou que os riscos inflacionários, ‘se persistentes, corroboram a necessidade de maior vigilância’. Interpretamos isso como: se os fatores que influenciam a inflação – câmbio, expectativas, incerteza fiscal, crescimento salarial – não se estabilizarem, o Copom poderá decidir aumentar os juros no segundo semestre”, comenta a equipe econômica liderada por Caio Megale, economista-chefe da XP Investimentos.
Intensa semana de balanços
A quarta semana da temporada de balanços do 2T24 será intensa nos próximos dias. Entre os destaques estão os resultados da Petrobras (PETR4) e dos bancos Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4). No total, mais de 100 balanços serão divulgados ao longo da semana, com a temporada de balanços terminando apenas em 14 de agosto.
Perspectivas econômicas para a semana
Para fornecer mais informações sobre o assunto, a ata do Copom será divulgada na terça-feira.
O documento deve detalhar a decisão unânime de manter a taxa Selic em 10,5%. Além disso, um ponto importante da semana será a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira. Segundo o consenso LSEG, a expectativa é de um aumento mensal de 0,23%.
A equipe econômica do Itaú projeta um aumento preliminar de 0,34% ao mês, totalizando 4,2% em junho. Eles alertam que essas estimativas podem ser ajustadas com base nos dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que ainda serão divulgados.
Com o retorno das atividades legislativas após o recesso, espera-se que o Congresso acelere suas discussões, especialmente sobre a desoneração da folha de pagamento. Além disso, há a expectativa de progresso na proposta de renegociação da dívida dos estados com o Governo Federal.
Lá fora
Nos EUA e em outras regiões, a semana terá uma agenda mais tranquila de indicadores econômicos.
Na segunda-feira, serão divulgados os índices de gestores de compras (PMI) compostos da S&P Global nos EUA, Zona do Euro, Reino Unido e Alemanha. Também na segunda-feira, a Europa conhecerá o índice de preços ao produtor, enquanto nos EUA será divulgado o índice ISM do setor de serviços.
Na China, dados relevantes serão apresentados: o PMI industrial calculado pelo Caixin será divulgado no domingo, e os dados de inflação ao consumidor e ao produtor serão divulgados na quinta-feira. Na terça-feira, a balança comercial da China será o foco.
Confira agenda de cada dia da semana
Na segunda-feira, 5 de agosto, a agenda começará com o relatório Focus do Banco Central do Brasil às 8h25. Também serão divulgados, às 10h, o Índice PMI composto de julho pela S&P Global para o Brasil, e os índices finais para Alemanha, Zona do Euro, Reino Unido e EUA. Além disso, o Índice ISM do setor de serviços dos EUA para julho será publicado às 11h, e o Índice de preços ao produtor da Zona do Euro para junho sairá às 6h.
Na terça-feira, 6 de agosto, o Brasil verá a divulgação da ata do Copom às 8h, seguida por dados da Anfavea sobre produção e venda de veículos às 10h, e a balança comercial para julho às 15h. A Zona do Euro publicará vendas no varejo de junho às 6h, e os EUA apresentarão sua balança comercial de junho às 9h30, enquanto a China divulgará sua balança comercial para julho sem uma data definida.
Na quarta-feira, 7 de agosto, o Brasil terá o IGP-DI da FGV para julho às 8h, e o Índice IC-Br Commodities Brasil e o fluxo cambial semanal serão divulgados às 14h30. Nos EUA, às 16h, será publicado o crédito ao consumidor de junho.
Na quinta-feira, 8 de agosto, o Brasil começará o dia com o IPC semanal da FIPE às 8h00, seguido pela Pesquisa Industrial Mensal – Regional do IBGE para junho às 9h. Nos EUA, os pedidos de auxílio-desemprego semanais serão anunciados às 9h30. A China divulgará o Índice de preços ao produtor e ao consumidor para julho às 10h45 e 9h30, respectivamente.
Na sexta-feira, 9 de agosto, o Brasil verá a divulgação final do IPC da FIPE às 5h, e o IGP-M da FGV (1ª prévia) para agosto às 8h. O IPCA do IBGE para julho será publicado às 9h. A Alemanha apresentará o Índice de preços ao consumidor de julho (final) às 3h. Dados sobre crédito agregado e novos empréstimos da China para julho ainda não têm data definida.