O pânico nos mercados globais atingiu também o dólar, que chegou com a maior cotação desde março de 2021, aos R$ 5,74.
As negociações no mercado de câmbio caminhavam para uma alta mais forte, mas desaceleraram, perdendo força frente a outras divisas emergentes além do real.
No cenário econômico, a sessão do mercado financeiro desta segunda-feira (05) iniciou com um forte temor sobre uma possível recessão nos EUA.
A preocupação veio, sobretudo, após os números do payroll, que registrou uma criação de vagas de vagas de trabalho menor que o esperado. Além disso, os dados do desemprego também assustaram os agentes do mercado.
“As Bolsas hoje estavam caindo fortes na Europa e nos EUA, por conta do caos que foi no Japão, pois a bolsa caiu muito forte. Mas ficava aquela dúvida: diante desse cenário, quantas quedas vão ter no Fed? O mercado repensou tudo isso”, comentou Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
Dólar caminhava para patamar elevado desde a decisão do Copom
O dólar segue em ritmo de alta desde a quarta-feira (31), enquanto os investidores aguardavam as decisões do Copom (Comitê de Política Monetária) e do Fomc (Comitê de Mercado Aberto).
Com as instituições seguindo um caminho de cautela, com o Copom, inclusive, abrindo caminho para interpretação de uma possível alta dos juros, o mercado resiste à moeda brasileira.
Em paralelo a isto, as maiores empresas de tecnologia do mundo reportaram seus resultados trimestrais, que tem precupado o mercado pelos altos investimentos em IA. Nessa esteiras, as big techs tiveram perdas fortes, o que colaborou para o tombo da Nasdaq.
Somado a isso, maiores preocupações com a economia chinesa também influenciaram na liquidação geral no mercado acionário, de petróleo e moedas alto rendimento nesta segunda-feira.
“As posições nas empresas de tecnologia, que vinham observando valorização expressiva na onda da Inteligência Artificial passam a ser questionadas tendo em vista os impactos de uma possível recessão e a diminuição de liquidez perante à decisão de juros japonesa – provavelmente estamos à frente de um momento de reprecificação de risco e será importante acompanharmos a extensão das correções”, analisou Jaqueline Kist, especialista em mercado de capitais e sócia da Matriz Capital.