Pediu RJ

Marca de roupas culpa calor e bets por dívida milionária

O grupo entrou com pedido de recuperação judicial na segunda-feira (5), alegando uma dívida de R$ 25,5 milhões

Marca de roupas e calçados SideWalk
Foto: Divulgação

A marca de roupas SideWalk atribuiu a crise e dívida milionárias enfrentadas pela empresas ao calor e à popularização das apostas esportivas, chamadas de bets.

O grupo entrou com pedido de recuperação judicial na segunda-feira (5), alegando uma dívida de R$ 25,5 milhões.

No documento da recuperação judicial, a SideWalk associa as casas de apostas às mudanças no padrão de consumo ao longo dos últimos anos. A empresa chega a citar uma matéria da Folha de S. Paulo sobre pessoas que deixaram de comer certos tipos de alimentos e até adiam compras de móveis para apostar.

“Matéria interessante sobre o tema foi publicada no jornal Folha de S.Paulo. Bilhões de reais são destinados a estes sites de apostas esportivas, retirando tais valores do consumo imediato no Brasil, enfraquecendo o poder de compra do consumidor final, responsável por girar a roda da economia nacional”, escreveram os advogados da SideWalk.

O calor persistente mesmo no inverno foi outro fator apontado pela empresa. De acordo com o documento, as vendas da marca dependem de climas mais frios.

“O grupo SideWalk produz roupas femininas e masculinas, sendo a sua maior produção a linha de coleção para o inverno. Porém, nos últimos anos, a alta temperatura se destacou durante os meses de inverno, com temperaturas acima de 30 ºC”, afirmaram.

Marca de roupa também sinaliza pandemia e crise econômica de 2015

Em seu pedido de recuperaçao judicial, a SideWalk também sinalizou que a pandemia de covid-19 ajudou a projetar o comércio eletrônico, o que, segundo consta no documento, “não é a mesma coisa que se o consumidor comparecesse na loja, procurasse o vendedor para efetuar suas compras”.

A empresa citou ainda a concorrências desleal das empresas internacionais, que se “beneficiam por meio de manobras tributárias”. O grupo não mencionou quais seriam essas manobras.

Ainda de acordo com o pedido, a empresa sofreu impactos dos resultados negativos da
economia brasileira em 2015 e, mais recentemente, dos efeitos do isolamento social
provocados pela pandemia.

“[A situação em 2015] Foi uma crise generalizada, principalmente nos serviços, na indústria e no comércio e, após o enfrentamento desse período, ainda na retomada dessa grave crise na economia, houve uma pandemia de Covid”, escreveu o escritório que representa a empresa.

A defesa da SideWalk afirma que a maioria das lojas da marca ficam localizadas em
shoppings e todas ficaram fechadas por meses por causa das medidas de restrição.