A Eletrobras (ELET3; ELET6) está desenvolvendo projetos em suas usinas hidrelétricas com o objetivo de participar do leilão de reserva de capacidade.
Executivos da empresa afirmaram nesta quinta-feira (8) que não há obstáculos significativos decorrentes da greve do Ibama para o avanço dessas iniciativas.
Durante uma teleconferência para discutir os resultados trimestrais, Élio Woff, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da Eletrobras, enfatizou o interesse da empresa no leilão.
Ele também mencionou que está aguardando a divulgação pelo governo das regras finais e do cronograma atualizado para o certame.
O leilão, que estava originalmente agendado para este mês, sofreu atrasos nos trâmites governamentais. Agora, a expectativa é que seja realizado em dezembro.
Leilão de capacidade da Eletrobras
“Ficamos bastante satisfeitos, é a primeira vez que um leilão de capacidade inclui hidrelétrica, então estamos trabalhando para tentar participar”, disse Woff, sem revelar detalhes das hidrelétricas do grupo que poderiam participar ou estimativas para incremento de capacidade instalada.
“Não tem entrave nenhum com relação à greve do Ibama e a possibilidade de habilitar as usinas para o leilão… Nesse momento, para participar do leilão e até implementar o projeto, não vemos nenhuma dificuldade”, acrescentou o executivo.
Durante a teleconferência, a empresa também abordou o progresso das negociações com o governo relacionadas à conciliação no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o poder de voto da União na Eletrobras.
“As discussões correm sob sigilo, não podemos falar mais nada além disso. Mas, pela prorrogação que foi solicitada e deferida pelo STF, a gente continua engajado na busca de um entendimento, seja ele qual for”, disse o presidente-executivo da Eletrobras, Ivan Monteiro.
Prazo do STF
Nesta semana, o STF concedeu um prazo adicional de 45 dias para que a União e a Eletrobras negociem uma solução conjunta para resolver a ação do governo, que contesta o poder de voto da União na empresa.
Os principais pontos em debate incluem a presença da União nos conselhos de administração e fiscal da Eletrobras, a antecipação dos recursos que a Eletrobras deve à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), e a venda da participação da empresa na Eletronuclear, além da exoneração da responsabilidade pelo projeto da usina nuclear Angra 3.