A Braskem (BRKM5) pode reduzir ou fechar a sua capacidade de produção no País, isto se os desafios de competitividade persistirem, disse Roberto Bischoff, presidente da companhia.
O maior custo da matéria-prima utilizada pela indústria petroquímica, que vive um ciclo de baixa, é o que tem dificultado as operações da Braskem. Bem como os custos estruturais mais altos do que os produtores instalados em outras regiões.
“Estamos avaliando, em termos de longo prazo, qual é a capacidade de recuperar o nível de operação ou então a melhor maneira para isso. É uma agenda sim, algo que ninguém busca ou prefere como solução, mas às vezes não tem outra opção”, disse Bischoff sobre a possibilidade da Braskem fechar unidades no Brasil, segundo o “Valor”.
As taxas de operação da empresa no Brasil estão em cerca de 10%, mas para garantir um retorno adequado essa porcentagem deveria estar em torno de 85%, até 90%, segundo o veículo.
Para Pedro Freitas, vice-presidente de finanças,o Brasil segue em situação desafiadora.
Ele apontou que a taxa de ocupação monstra que as situação de competitividade no País, em relação ao mundo, não permite rodar as plantas locais em nível saudável.
“São quase 20 pontos abaixo desse patamar”, disse Freitas. As importações de produtos químicos e petroquímicos aumentou de forma acentuada, devido às muitas ofertas no mercado global e à adoção de medidas de defesa comercial em diversos países, explicou.
“O Brasil ainda não adotou medidas efetivas nesse sentido em petroquímica”, disse o executivo.
Braskem (BRKM5): CFO atribui prejuízo no 2T24 à alta do dólar
O CFO da Braskem (BRKM5), Pedro Freitas, destacou durante a teleconferência de resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24) que a variação cambial foi o principal fator por trás desse desempenho negativo, apesar do crescimento significativo no Ebitda.
A Braskem divulgou na manhã desta quinta-feira (8) seus resultados do 2T24, apresentando um prejuízo líquido de R$ 3,73 bilhões, um aumento expressivo de 385% em relação ao prejuízo de R$ 771 milhões registrado no mesmo período do ano anterior.
Impacto da variação cambial
Pedro Freitas explicou que, embora a Braskem tenha registrado um aumento de quase 40% no Ebitda recorrente do 2T24 em comparação com o trimestre anterior, o resultado final foi prejudicado pela forte alta do dólar.
“Nosso prejuízo no 2T24, apesar do aumento no resultado operacional, se deve principalmente à variação cambial. Com a alta do dólar, a dívida da empresa, que é majoritariamente em dólares, se torna mais cara quando convertida para reais, gerando um prejuízo contábil significativo”, disse Freitas.
Ele ressaltou que a Braskem possui uma dívida alongada, com prazo médio de 12 anos e 54% dos vencimentos previstos para após 2030.
No entanto, a alavancagem da empresa ainda se mantém elevada, refletindo o Ebitda em patamar baixo, apesar da ligeira melhoria recente.